Oito pacientes esperam cirurgia na coluna por falta de material, em Arapiraca
No final de março deste ano, o 7Segundos trouxe a informação, passada pelo vereador Rogério Nezinho em sessão na Câmara dos Vereadores de Arapiraca, que pacientes com casos de fratura na coluna estavam sem receber a cirurgia necessária por falta de repasses financeiros da Prefeitura de Arapiraca à empresa que fornece os materiais para a cirurgia. A situação persiste, e pacientes continuam internados esperando que a situação se resolva.
O Hospital de Emergência do Agreste, situado em Arapiraca, confirmou o número de pessoas no aguardo pela cirurgia: são 8 pacientes, internados no hospital, sem previsão nenhuma de resolução do problema, com dores e com o risco de sequelas irreversíveis. Os próprios pacientes enviaram reclamações ao 7Segundos: um deles, um idoso, aguarda há 28 dias pelo procedimento sem qualquer agendamento.
Os casos citados são de pessoas que sofreram lesões graves na coluna, os chamados traumas raquimedulares (TRM); esta região do corpo, se afetada, pode comprometer movimentos e causar paralisia ou tetraplegia, além de dores. Existe um setor no Hospital Chama, em Arapiraca, que recebe pacientes com essas lesões. Então, inicialmente, a pessoa é atendida no HE do Agreste, e feitos os exames, são levadas ao Chama para serem operadas.
Porém, segundo o próprio HE, estas pessoas não estão sendo encaminhadas ao Chama. A informação passada é que há três meses que a empresa que fornece os materiais necessários para as cirurgias de TRM cessou a entrega dos equipamentos por falta de pagamento por parte da gestão municipal. Em fevereiro, a fornecedora enviou um comunicado a Secretaria Municipal de Saúde informando a paralisação do serviço, na época com débitos de outubro de 2017 a fevereiro de 2018:
A situação vai ficando mais séria quando, ao que parece, não existe movimentação por parte dos responsáveis para que a demanda seja sanada. O Hospital de Emergência informou que os recursos são enviados pelo Ministério da Saúde, para uso no SUS, e que a Prefeitura recebe o valor e repassa aos destinatários. Quando questionados sobre a situação, a Prefeitura de Arapiraca, na época da denúncia do vereador Nezinho, negou que tivesse qualquer débito, que não compra o material diretamente com as empresas fornecedoras e que quem faz isso são os próprios hospitais. Então, quem paga a conta?
O HE informou ainda que está tentando, junto à Secretaria de Saúde do Estado, uma reunião com a gestão municipal para chegar a uma solução. A Prefeitura ainda não emitiu nota a respeito do caso. O 7Segundos tentou o contato com a direção da Quality Hospitalar, empresa fornecedora dos materiais para as cirurgias, mas não obtivemos retorno.