Quadrilha Lengo Tengo representa Arapiraca em concurso de Caruaru
Entre quadrilhas estilizadas da Paraíba, Pernambuco e Alagoas, apenas a Junina Lengo Tengo estava representando a cidade de Arapiraca na final do 23º Concurso de Quadrilhas Estilizadas de Caruaru-PE, um dos mais importantes do Nordeste, neste último sábado (30).
Ela não se sagrou campeã, mas apresentou um mote surpreendente juntando as ambiências indígenas e sertanejas num mesmo plano.
“Os ensaios começaram no dia 27 de outubro do ano passado. Demos tudo nesse enredo”, conta o presidente e puxador da Lengo Tengo, Roberto Oliveira.
O tema deles em 2018 foi “Iracema: Uma História de Amor no São João”, contando o causo de um descobridor invadindo terras tupiniquins – e havia, sim, uma caravela gigante colocada em cena, com mais de três metros – e conhecendo o amor de sua vida, a índia de nome Iracema.
A Junina foi claramente influenciada pela obra da tríade indianista do autor brasileiro José de Alencar, “Iracema”, romance lançado em 1865. Mas há licença poética para transitar neste campo junino.
Na trama da Lengo Tengo, Iracema morre, mas volta à vida após o canto da ave jandaia e, com o consentimento do pajé que é seu pai, se casa com o português que a fez corar de novo. É então aí que começa a festança e o arraiá se monta no palhoção com 22 casais muito entrosados e bem vestidos – o figurino era assinado por Warley Costa.
A mãe do puxador Roberto, a dona Marilene dos Santos, foi quem fez, uma a uma, as roupas usadas este ano. “O trabalho aqui é em equipe e estamos comemorando também os 20 anos do Arraiá Lengo Tengo, no bairro Brasília. A nossa quadrilha ultrapassou as barreiras arapiraquenses e atuamos com pessoas inclusive de outras cidades agora. A intenção é apresentar sempre o melhor e com um elenco apaixonado pelo que faz. Representamos não apenas Arapiraca, mas Alagoas onde quer que seja e estamos muito orgulhosos disso”, completa Roberto Oliveira.