Equipe de médicos do Hospital Regional faz cirurgia inédita em bebê recém-nascido
Aos dez dias de vida o pequeno Enzo, primeiro filho do casal Cassielma Lima e Diogo José, ambos de Arapiraca, precisou se submeter a uma cirurgia até então inédita no Estado - e sem informações de nenhuma similar em outro neonato no mundo. Paciente do Hospital Regional Nossa Senhora do Bom Conselho, Enzo nasceu dia 18 de junho, e foi operado para retirada de uma lesão de grandes dimensões e que ocupava toda extensão da área do assoalho da boca, parte inferior à língua, impossibilitando o recém-nascido de mamar.
Para realizar o procedimento cirúrgico foi necessário um trabalho em conjunto dos Serviços de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial, Neonatologia e Anestesia do Hospital Regional , envolvendo os médicos Ricardo Wathson, Pedro Dantas, Flávia Lima, Emanoel Fonseca, Cleildo Torres, Iggor Pirauá e Whadi Seabra. A cirurgia foi realizada, tão logo os profissionais identificaram o problema que impedia o bebê de mamar, e durou cerca de duas horas.
“Ele foi o meu paciente mais novo. Estamos estudando o caso que nos parece ser o primeiro, tendo em vista que até agora não há nenhuma publicação cientifica similar”, disse o coordenador do Serviço de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial, Ricardo Whatson.
Segundo o fonoaudiólogo Robson Caíque, que também acompanhou a criança no Complexo Neo do Hospital Regional, o caso era delicado e, antes da intervenção, a equipe decidiu optar logo pela alimentação através de sonda. “A lesão era um incômodo muito grande e a indicação cirúrgica era mesmo necessária”, avaliou o especialista.
Nascido com 40 semanas, o problema do bebê não chegou a ser diagnosticado durante o pré-natal, segundo sua mãe. “O procedimento era delicado, mas a equipe estava confiante e estamos contentes que deu tudo certo”, falou a mulher, que é secretaria.
Em fase de recuperação, o bebê já retirou a sonda e começa a se alimentar através de copinhos de leite. “Estamos mais animados agora”, disse o pai, operador de máquinas, enquanto aguardava para uma visita.
O material recolhido foi levado a um laboratório para biópsia. “Toda criança requer atenção e cuidados e, no caso do menino, ficamos mais entusiasmados porque as chances dele ter uma vida normal agora foram retomadas”, explicou Ricardo.