Eleições 2018

Nostálgico da ditadura, Bolsonaro oficializa candidatura à presidência neste domingo

Por Uol 22/07/2018 08h08
Nostálgico da ditadura, Bolsonaro oficializa candidatura à presidência neste domingo
O pré candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), faz campanha na cidade de Marabá (PA), na última quinta-feira (12). - Foto: ULISSES POMPEU/FUTURA PRESS / Futura Press

O deputado de extrema direita e capitão da reserva do Exército Jair Messías Bolsonaro oficializa neste domingo sua candidatura à presidência do Brasil, com as pesquisas lhe sorrindo para as incertas eleições de outubro.

Sua figura assusta muitos brasileiros, mas uma parte importante da população o vê como um verdadeiro Messias, capaz de salvar um país afundado na crise política, econômica e social, e abalado por escândalos de corrupção.

Consciente de seu grande poder de convocação, Bolsonaro, 63 anos, quer mostrar sua força na convenção do Partido Social Liberal (PSL), que o apontará como seu candidato em um grande evento no Rio de Janeiro, onde tem sua base política.

"Tenho gente que me apoia em todo o Brasil. Alguns até me amam", declarou esta semana este nostálgico da ditadura militar (1964-85) em Goiás, onde voltou a prometer a legalização do porte de armas e reacendeu a polêmica ao fazer uma menina simular com os dedos um revolver. 

Bolsonaro tem mais votos hoje do que qualquer outro candidato, exceto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso por corrupção há quatro meses e cuja candidatura deve ser impugnada.

Mas parece que Bolsonaro, conhecido por suas declarações racistas, misóginas e homofóbicas, atingiu o teto, mesmo conseguindo vencer as reservas de vários setores sociais, incluindo os empresários.

Se Lula não consegue superar os 30% das intenções de voto, Bolsonaro nunca conseguiu chegar a 20%, inclusive nos cenários sem o líder de esquerda. 

Em simulações de segundo turno, Bolsonaro é derrotado por todos os principais candidatos, segundo o Datafolha.

A espera de que se verifique a veracidade das pesquisas, o "fenômeno" Bolsonaro mantém o Brasil em suspense, após a experiência de Donald Trump nos Estados Unidos.

- Vice-presidente -A favor do "mito", como é chamado por seus seguidores, está o fato de não ter sido atingido pelos escândalos de corrupção que envolveram quase todos os partidos brasileiros. 

Mas a busca de um vice-presidente tem sido uma tarefa difícil para Bolsonaro, que já foi rejeitado por duas personalidades que cortejava como companheiros de chapa. 

Ao que parece, terá como vice a advogada Janaína Paschoal (PSL), uma das promotoras do impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016, sem experiência política e tão histriônica como ele.

"Minha sensação é que ela tem muita vontade de ajudar a transformar o Brasil. Estamos 'saindo' por telefone. Ela deu o sinal verde", disse Bolsonaro na sexta-feira ao jornal O Globo, sem garantir que Janaína Pascoal será sua opção.

Sem um vice de outro partido, Bolsonaro teria apenas 8 segundos em cada bloco de propaganda gratuita no rádio e na TV, já que o PSL é um partido pequeno.

Isto poderia reduzir a visibilidade do candidato, mas Bolsonaro garante que não está preocupado, porque milhões de brasileiros o seguem nas redes sociais.