Saúde

Gestante perde bebê após médico mandar voltar para casa com bolsa rompida em SP

Quando parto foi feito, dois dias depois, prematuro estava morto

Por G1 24/03/2019 13h01
Gestante perde bebê após médico mandar voltar para casa com bolsa rompida em SP
Jovem perde terceiro filho e família acusa hospital público de negligência - Foto: Reprodução

Familiares de Mariana Aparecida Costa, 27, moradora do município de Praia Grande, interior de São Paulo, pretende acionar a justiça contra o Hospital Irmã Dulce. A jovem estava no sétimo mês de gestação e, de acordo com parentes, perdeu o bebê por negligência médica.

Um parente de Mariana, que deu entrevista para o G1, contou que a gestante foi encaminhada ao Hospital Irmã Dulce após sentir dores e perceber que sua bolsa amniótica havia estourado. Na unidade, exames apontavam que o bebê apresentava bom estado de saúde. A familiar afirma, no entanto, que o médico que atendeu informou que a gestante não apresentava "dilatação suficiente para que o parto fosse realizado".

A paciente ficou em observação na maternidade de quarta-feira (20) até sexta-feira (22), quando recebeu alta e foi orientada pelo obstetra a retornar para casa utilizando uma fralda. Ainda conforme relato de familiares, ela deveria voltar ao hospital caso viesse a sentir dores, o que aconteceu durante a madrugada de sábado (23).

Após sentir as contrações, ela e o marido procuraram novamente a equipe do Hospital Irmã Dulce por volta das 2h. Após passar a madrugada recebendo soro, os médicos decidiram realizar o parto normal após Mariana aguardar mais oito horas, momento em que os profissionais perceberam que o bebê havia falecido.

"É revoltante, a família está toda abalada, acabamos de perder um bebê. E cada um dá uma desculpa e se contradiz. O mesmo médico já chegou a dizer que o bebê estava bem nos primeiros exames, agora diz que ele estava morto há dois dias", desabafa a parente de Mariana.

Por meio de nota, a direção do hospital confirmou que recebeu a gestante, que foi avaliada e internada. "Recebeu toda a assistência necessária ao seu caso, realizando todos os exames indicados, com todos os resultados de exames sem alterações e o bebê e a gestante apresentando bom estado de saúde".

Segundo a nota do hospital, a paciente não apresentou aumento necessário de dilatação ou evoluiu para trabalho de parto. "Desta forma, a mesma recebeu alta e foi totalmente orientada sobre seu caso, com indicação de retorno imediato em caso de necessidade. Retornou à unidade no dia seguinte, em trabalho de parto prematuro, com o recém-nascido evoluindo à óbito, sendo o caso encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito".