Rogério Teófilo chega a ultimo ano de governo em crise de gestão
Prefeito de Arapiraca enfrenta dificuldades para formar uma chapa competitiva para eleição de outubro
Após várias crises enfrentadas nos quase três anos e meio de mandato, Rogério Teófilo (PSDB) está articulando nos bastidores uma chapa para a sua sucessão, que poderá ser encabeçada pela vereadora Gilvânia Barros (MDB) ou até por ele próprio. Seja buscando a reeleição ou subindo no palanque para defender outra candidatura, terá que ultrapassar pedras do caminho, não aquelas pequenas, que apenas incomodam dentro do sapato, mas pedras que estão mais para morros altos e íngremes, difíceis de escalar.
Uma dessas pedras é a falta de apoio político. Mesmo repetindo o manjado discurso de que age "dentro da legalidade", "com ética e responsabilidade", o prefeito de Arapiraca conseguiu afastar de si próprio o responsável pela sua eleição em 2016, Severino Pessoa (Republicanos) e o presidente estadual do PSDB, o senador Rodrigo Cunha. Além de perder a confiança do filho de Ceci Cunha, esse é um dos motivos de tentar emplacar Gilvânia Barros, caso Teófilo dispute a reeleição, terá grande dificuldade em conseguir compor uma chapa, uma vez que não foi nada difícil colocar para escanteio a vice-prefeita Fabiana Pessoa.
Outra pedra ainda mais difícil de ser escalada é a da popularidade. Durante todo o mandato, o prefeito teve várias crises e viu sua aprovação cair junto a população e aos servidores públicos. Seja em decorrência de obras inacabadas, como a Unidade de Pronto Atendimento, e de promessas não-cumpridas, como o Centro Novo - que ainda não saiu do papel - a administração municipal é lenta ao lidar com as crises junto ao funcionalismo público, que ele diz "valorizar".
Um claro exemplo disso é a operação padrão dos agentes da Superintendência Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), deflagrada em novembro ano passado e que, até o momento não foi solucionada. O município fecha os olhos para os problemas provocados pela falta de fiscalização nas ruas para tentar "cansar" a categoria e tentar convencê-los que a prefeitura de Arapiraca não tem condições de equiparar com os salários pagos por municípios menores, como Penedo e Palmeira dos Índios.
Outras duas categorias também pleiteiam ajustes salariais. Uma delas é a dos agentes comunitários de saúde e agentes de combate a endemias. Segundo os servidores, a prefeitura de Arapiraca já passou a receber do governo federal o percentual referente ao piso salarial da categoria, mas o município ainda não implantou na folha. Não está descartada a possibilidade de que as categorias também deflagrem uma greve.
A outra categoria é a da Educação, que deflagrou greve na última sexta-feira (06), a segunda desde o início do mandato de Teófilo. A primeira, que aconteceu em 2017, durou 93 dias, e acabou quando a categoria resolveu aceitar 2,33% de reposição, ante os 7,64% reivindicados à época. A greve atual tem como pauta reposição de 12,84% e o fim de sobrecarga de trabalho do pessoal do apoio educacional e administrativo. A primeira roadada de negociação está prevista para acontecer na tarde de terça (10).
Isso sem contar com outras pedras também difíceis de serem tiradas do caminho, como a insatisfação dos empresários do Centro de Arapiraca com a demora na implantação do projeto do Centro Novo e com sucessivos furtos e arrombamentos, que no último fim de semana tiveram como alvo mais uma vez a Maguary Lanches, gerando uma enxurrada de críticas nas redes sociais. Ou ainda a reforma da Previdência Municipal, que foi empurrada goela abaixo dos servidores municipais que entraram no quadro de funcionários do município a partir de 2010.