Saúde

MPT investiga 42 denúncias em empresas que não adotam medidas de proteção contra Covid-19 em AL

Até o início da tarde desta segunda (23), foram 33 denúncias em Maceió e 9 em Arapiraca

Por 7Segundos 23/03/2020 13h01
MPT investiga 42 denúncias em empresas que não adotam medidas de proteção contra Covid-19 em AL
Ministério Público do Trabalho (MPT) em Alagoas - Foto: Ascom MPT/AL

O Ministério Público do Trabalho está investigando 42 empresas em Alagoas que foram denunciadas por seus funcionários por descumprirem as medidas para proteger o trabalhador da doença provocada pelo coronavírus. De acordo com a assessoria do MPT, foram instaurados 33 procedimentos investigatórios contra empresas de Maceió e outros nove em Arapiraca.

Escolas, hospitais, lojas de departamento, indústrias, telemarketing, supermercados, entre outras do setor privado, além de denúncias que vieram do setor público estão sendo apuradas. O MPT não divulga os nomes das empresas denunciadas e informa que, dentre o total de denúncias, três delas se referem também a pedidos de mediação entre trabalhadores e empregadores.

Os tipos de denúncia também são dos mais variados, vão desde o fato de não serem disponibilizados sabão e álcool em gel para a higiene, até mesmo o fato de os empregadores obrigarem os funcionários a se dirigirem para o trabalho, mesmo que eles não possam exercer o serviço, porque não há atendimento externo.

Este é o caso da Unirb em Arapiraca, uma das empresas denunciadas, de acordo informações obtidas pelo 7Segundos através de um funcionário da instituição. Conforme reportagem veiculada na sexta-feira da semana passada (20), apesar de os alunos terem sido dispensados das aulas, a ordem que veio da sede da instituição, de Salvador (BA), é que funcionários e professores devem cumprir a carga horária presencialmente na universidade. 

O professor que falou com a reportagem afirmou que os docentes da instituição ficam confinados em uma sala fechada, com ar condicionado ligado, e ficam apenas conversando para passar o tempo, uma vez que a plataforma para eles gravarem videos-aula ainda não está disponível. O mesmo acontece com funcionários administrativos da instituição, que estão sendo obrigados a cumprir horário presencial.

“Alguns professores, assim como eu temos outras fontes de renda. Então consideramos que, mesmo que a gente seja demitido e que o salário faça falta para a família, manter a nossa saúde e a de nossos familiares é mais importante neste momento. Infelizmente nem todos podem fazer o mesmo, alguns dos funcionários não possuem outra fonte de renda e se submetem por medo da demissão”, declarou.