Cidades

Mais de mil pessoas podem ficar desabrigadas em Santana, após transbordamento do rio Ipanema

Após duas cheias no riacho Camoxinga, provocadas por tromba d`água, transbordamento do rio Ipanema é aguardado para as próximas horas

Por 7Segundos 26/03/2020 14h02
Mais de mil pessoas podem ficar desabrigadas em Santana, após transbordamento do rio Ipanema
Tromba d'água provocou cheia nunca vista no riacho Camoxinga, em Santana do Ipanema - Foto: Reprodução

Após duas inundações no riacho Camoxinga nos últimos dias, o nível do rio Ipanema começa a subir e a enxurrada pode invadir mais residências nas próximas horas. A prefeitura de Santana do Ipanema já registrou 116 famílias desabrigadas nos bairros Arthur Moraes e Baraúna e este número pode superar 300 famílias, ou mais de mil pessoas, após a cheia do Ipanema. Não há registro de pessoas mortas e nem de desaparecidas.

“Desde ontem (25), no início da tarde, estamos monitorando o nível do rio Ipanema, após termos recebido o alerta do rompimento de uma barragem em uma região próxima à nascente do rio. Cerca de 200 famílias que moram em área de risco de inundação foram avisadas e a preparação foi suficiente. Mas, durante a noite fomos pegos de surpresa com uma tromba d`água na Camoxinga, que provocou a inundação do riacho, que desagua no Ipanema”, explicou o chefe de gabinete da prefeitura de Santana do Ipanema, Cleudson Nobre.

A cheia do riacho Camoxinga, que na madrugada de domingo invadiu várias residências nas localidades próximas, mais uma vez causou pânico e fez famílias abandonarem suas residências na madrugada desta quinta. Segundo informações, no bairro Arthur Morais, o mais atingido pela enxurrada, a a água atingiu dois metros e meio de altura e deixou todas os imóveis do bairro debaixo da água. O Corpo de Bombeiros foram acionados para fazer mais de 40 salvamentos, de famílias que ficaram ilhadas e que precisaram de ajuda para sair de casa.

O saldo da cheia do riacho Camoxinga, nunca vista pelos moradores da região foi de 25 residências destruídas. Em oito delas, só sobrou o piso. As demais ficaram com a estrutura comprometida e as famílias não podem retornar, antes que sejam reconstruídas.

“O município, por meio da Secretaria de Assistência Social, começou a atender as famílias às 3h, e esse levantamento ainda não foi concluído. Até agora levantamos 116 famílias desabrigadas, seja porque tiveram suas casas destruídas ou porque perderam tudo o que tinham devido a inundação. Mas sabemos que este número é muito maior, provavelmente vai ultrapassar 300 famílias”, declarou Nobre. 

De acordo com ele, além do restante das vítimas da cheia do riacho Camoxinga que ainda estão sendo contabilizadas, soma-se às 200 famílias que moram nas áreas que estão da região de inundação do rio Ipanema, esperada para as próximas horas. Avisadas, muitas famílias já saíram e retiraram seus pertences dos imóveis.

Os desabrigados estão sendo levados para o campus da Uneal, para o Centro Bíblico e para a escola São Cristóvão. Muitos deles perderam tudo. “A prefeitura está sobrecarregada, todos estamos trabalhando para ajudar as pessoas desabrigadas e, felizmente, estamos contando com muitas pessoas e instituições que se engajaram voluntariamente para ajudar”, ressaltou.