Polícia investiga suposto sequestro e descobre que vítima tinha chave do cativeiro
Agentes arrombaram imóvel que servia de cativeiro para empresário desaparecido há 4 meses
Após investigações sobre o suposto sequestro de um empresário de Arapiraca, a polícia descobriu que a vítima tinha acesso às chaves da residência que funcionaria como cativeiro e não “fugiu” porque não quis. O empresário tem 64 anos, é conhecido como ex-marido de uma proprietária de estabelecimento na rua São Francisco, e fazia quatro meses que estava desaparecido.
O idoso foi encontrado na quarta-feira (13), após a polícia obter informações sobre o suposto cativeiro, uma residência no bairro Novo Horizonte. Na ação policial executada por agentes da Polícia Civil e da Polícia Militar, o portão da casa chegou a ser arrombado e a vítima estava no interior, acompanhado por três mulheres. Os agentes acharam estranho que o empresário não parecia refém de sequestro e em seguida descobriram que ele tinha acesso às chaves da residência e permanecia no local por vontade espontânea.
A reportagem do 7Segundos chegou a conversar com a suposta vítima, que não quis gravar entrevista, mas confirmou que podia ter pegado as chaves e saído da residência, mas não fez isso porque as mulheres diziam que, se ele saísse, os filhos descobririam onde ele estava.
Após o suposto cativeiro ser descoberto, a vítima e as três mulheres, que seriam as sequestradoras, foram encaminhadas para a Central de Polícia. Mas, diante da constatação de que o idoso permanecia por vontade própria com as mulheres, elas foram liberadas. O idoso também voltou para casa com os filhos.
O empresário estava desaparecido desde janeiro e os filhos dele registraram boletim de ocorrência na Polícia Civil. A suspeita de que ele havia sido sequestrado surgiu quando a polícia descobriu empréstimos feitos em nome dele após o desaparecimento. Antes, o idoso tinha dois financiamentos com desconto na aposentadoria, e depois foram feitos outros quatro empréstimos e, por conta disso, o valor da aposentadoria mensal que ele tinha a receber, após ser sequestrado era de apenas R$ 4. Segundo a polícia, o idoso também teria vendido um imóvel, cujo valor de mercado seria de R$ 400 mil, pela metade desse preço, e entregado o dinheiro às mulheres.
Apesar de o sequestro ter sido descartado, a Polícia Civil não finalizou as investigações. Além de buscar esclarecimentos sobre o dinheiro entregue pelo idoso às mulheres, a polícia havia levantado informações de que uma quarta pessoa envolvida no desaparecimento do empresário falava em levá-lo para um terreno, provavelmente para assassiná-lo. Durante o período em que permaneceu desaparecido, o idoso teve todos os dentes arrancados. Para a polícia, isso seria mais um indício de que havia a intenção de matar o idoso.