Primeiro vereador com deficiência eleito por Arapiraca afirma que vai ampliar projetos para a população
Adriano Targino é um dos pioneiros na defesa dos direitos da pessoas com deficiência em Arapiraca
Adriano Targino (PP) foi eleito vereador por Arapiraca com 1.982 para exercer o primeiro mandato na Câmara Municipal de Arapiraca a partir do dia 01 de janeiro. Ele foi o vereador mais votado dos que concorrerão às eleições municipais pelo Partido Progressista.
Mas o trabalho desenvolvido por Targino no município já é realizado há quase três décadas. Ele é um defensor e lutador dos direitos dos deficientes físicos de Arapiraca e a região.
Ele é foi presidente da Associação de Deficientes Fisicos e Mental de Arapiraca (Adfima) que já completou 30 ano de serviços prestados à comunidade.
Atualmente a Adfima atende a cerca de mil pessoas de Arapiraca e municípios circunvizinhos. Uma dos avanços da entidade foi ser inserida em programas do governo federal como CER III (Centro Especializado em Reabilitação) por oferecer serviços no campo intelectual, físico e visual. Além disso, a Adfima também conta com um Centro de Equoterapia para atender aos usuários.
Durante entrevista ao Programa 7Segundos em destaque veiculado pel Rede Antena 7 de Rádio, falou sobre sua trajetória e história de vida, quando foi acometido pela poliomielite aos dois anos de idade.
Ele falou que quando iniciou a luta pelo direitos dos deficientes havia basicamente o precário acesso à saúde e muito preconceito sobre as atividades que uma pessoa com limitação física poderia exercer.
Nós merecíamos mais, merecíamos estar no mercado de trabalho, no acesso ao lazer dentro outras atividades. A pessoa quando tem uma deficiência, ela apenas tem uma limitação maior que outra, mas ela merece dignidade", afirmou o vereador eleito.
Adriano Targino afirmou que ele é o primeiro vereador eleito em Arapiraca com deficiência física, e que entendeu que após tantos anos, compreendeu que a Câmara Municipal de Arapiraca precisava de alguém para representar os deficientes e elaborar projetos que possam oferecer melhor qualidade de vida aos deficientes físicos na região.
"O olhar agora será diferente, porque é um vereador eleito com deficiência que tem deficiência e vivencia as dificuldades diárias pela falta de acessibilidade no município", pontuou.
É preciso dá autonomia e oferecer condições às pessoas com deficiência física para que elas possam exercer todas as atividades que uma pessoa normal também faz.
Adriano Targino afirmou que o município de Arapiraca possui um percentual de 27% da população que tem algum tipo de deficiência e não há acessibilidade necessária para que um cadeirante possa sair de sua casa e fazer uma atividade rotineira como qualquer outra pessoa.
" É muito humilhante ter que pegar ônibus em Arapiraca que não tem nenhum elevador para os cadeirantes. Ele tem que descer da cadeira, se arrastar pelo chão para poder subir no ônibus. E pedir pra alguém pegar a cadeira. Isso é tirar a dignidade do ser humano", desabafou.
O vereador eleito afirmou que o Decreto Presidencial nº 5296/94 prevê que o municípios e estados se organizem para atender a essa parcela da população que tanto sofre.
Projetos
Adriano Targino afirmou que já tem projetos elaborados para entrar na pauta de votação quando assumir a vereança em janeiro de 2021. Esses projetos contemplam ás áreas da saúde, educação, assistência social e defesa animal.
" Nós fomos eleitos não foi para trabalhar só para a pessoa com deficiência. Já temos em seis localidades de Arapiraca o grupo de Zumba que também é frequentado por idosos e outras pessoas sem deficiência. Vamos ampliar nosso trabalhar para atender a todos os cidadãos de Arapiraca", afirmou.
O esporte também para deficiente sempre foi uma das bandeiras defendidas por Adriano Targino. Ele foi pioneiro em organizar uma equipe de volei sentado e basquete em cadeira, cuja equipe, venceu competições nacionais.
O vereador eleito afirmou que no próximo ano terá também outras modalidades para os deficientes que gostam de praticar esportes como esgrima, bosh e badmington.
"Nós não olhamos o deficiente meramente com o olhar da saúde. Nós precisamos olhar o deficiente naquilo que ele precisa para poder ter uma qualidade de vida melhor como o esporte e lazer", finalizou.