Brasil

Eduardo Cunha é alvo de operação sobre propina para baixar impostos em combustíveis da aviaçãos

Ex-vice-governador do DF Tadeu Filippelli também é investigado

Por TV Globo e G1 DF 03/02/2021 08h08 - Atualizado em 03/02/2021 10h10
Eduardo Cunha é alvo de operação sobre propina para baixar impostos em combustíveis da aviaçãos
Eduardo Cunha em foto de arquivo - Foto: Eraldo Peres/AP

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) cumpre, nesta quarta-feira (3), mandados de busca e apreensão contra esquema de propina para baixar impostos em combustíveis da aviação na capital federal. Entre os alvos estão o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e o ex-vice-governador do DF Tadeu Filippelli. O G1 tenta contato com defesa dos investigados.

De acordo com a investigação, os crimes ocorreram entre 2012 e 2014 . Há indícios de que as empresas Gol e Latam teriam pago R$ 4 milhões a Filippelli e R$ 10 milhões a Eduardo Cunha. O ex-presidente da Câmara dos Deputados, que cumpre prisão domiciliar por outros crimes, seria o intermediador entre as companhias aéreas e o governo do DF.

Filippelli e Eduardo Cunha, à época deputado federal pelo Rio de Janeiro, teriam recebido a propina para alterar uma lei distrital e reduzir a alíquota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços ICMS do querosene da aviação.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPDFT, com apoio da Polícia Civil, cumpre 20 mandados de busca e apreensão nos seguintes estados:

-São Paulo
-Rio de Janeiro
-Distrito Federal
-Espírito Santo
-Goiás

Promotores cumprem mandado de busca e apreensão na casa do ex-vice-governador do DF, Tadeu Filippelli — Foto: TV Globo/Reprodução

Os investigados alteraram uma lei distrital de 1996 para reduzir o imposto de 25% para 12%. Há indícios de pagamento de propina pelas empresas Gol e Latam. Segundo a investigação, o ex-vice-governador teria usado o valor adquirido no esquema para comprar imóveis comerciais em Taguatinga.

O doleiro Lúcio Funaro está entre os colaboradores da investigação. Ele fez uma delação ao Ministério Público Federal (MPF), que foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e, depois, compartilhada com o MPDFT.

A operação foi batizada de Antonov, que é o maior cargueiro de asa fixa do mundo.