Assessora de prefeito de NY deixa cargo após acusações de assédio
Melissa DeRosa foi acusada por supostamente tentar encobrir casos que envolviam Andrew Cuomo
Melissa DeRosa, assessora sênior do governador de Nova York, Andrew Cuomo, renunciou ao cargo depois de ter sido acusada de se esforçar para encobrir as acusações de assédio sexual atribuídas ao político.
A Procuradoria-Geral de Nova York, responsável pela investigação, mencionou o nome de Melissa no relatório divulgado na terça-feira (9/8) em pelo menos 187 ocasiões. Além de tentar encobrir o caso, a assessora foi acusada de retaliar vítimas de Cuomo.
“Pessoalmente, os últimos dois anos foram emocional e mentalmente difíceis. Sou eternamente grata pela oportunidade de ter trabalhado com colegas tão talentosos em nome de nosso estado”, disse DeRosa em um comunicado, segundo a agência Reuters.
Cuomo teria assediado sexualmente 11 funcionárias do governo, segundo a promotora Letitia James. A denúncia foi resultado de uma apuração que corre há meses e contou com entrevistas de 179 pessoas, incluindo Cuomo. “Essa investigação revelou condutas que corroem a própria essência e caráter do nosso governo”, explicou James.
O inquérito teve início após duas assessoras acusarem Cuomo de fazer comentários inapropriados e contatos físicos não consensuais. Em uma ocasião, o governador teria apalpado uma mulher que trabalhava em sua mansão, além de ter feito comentários sugestivos.
Além disso, diversas testemunhas afirmaram que o ambiente de trabalho era abusivo e intimidador. Uma das funcionárias, que alega ter sido assediada por anos, chegou a ter a ficha pessoal divulgada após delatar Cuomo. A denúncia dela foi confirmada por testemunhas.
Sobre uma possível renúncia do governador, James afirmou que a decisão ficará por conta dele. Em defesa, o político nega que tenha tocado as mulheres “inapropriadamente”, mas pede desculpa caso as ações tenham sido ofensivas ou causado dor.
Cuomo é investigado por diversos outros crimes, como a preferência que o governador deu à própria família durante a testagem da Covid-19 e o pagamento de US$ 5 milhões que recebeu em adiantamento por um livro sobre a liderança dele durante a pandemia.