Karatê como terapia para ajudar no combate à ansiedade e outros transtornos
Pais e alunos relatam os benefícios após a prática da arte marcial
Os últimos dois anos não foram fáceis para ninguém. A pandemia do novo coronavirus transformou o modo de viver de todas as pessoas do mundo. Além das milhões de mortes causadas em função da Covid-19, a saúde mental também foi bastante afetada. Nesse período vários transtornos mentais foram desenvolvidos e durante o período pandêmico.
A ansiedade em crianças e adolescentes foi uma das consequências mais visíveis deixadas pela pandemia. A falta da atividade social, lazer e o convívio com outras pessoas dispararam gatilhos que até então eram impercepitíveis.
As atividades esportivas são uma válvula de escape para controlar e minimizar transtornos mentais como a depressão, ansiedade, estresse pós traumático, dentre outros.
O sensei Marcos Paulino, do dojo de Karatê DMPK, que há quase três décadas desenvolve as técnicas dessa arte milenar em Arapiraca, relatou que após o período de confinamento muitos pais matricularam os filhos no dojo que fica situado à Rua Bela Vista, 711, no bairro Brasília.
"Em julho do ano passado começaram a chegar mais alunos. A turma de crianças e adolescentes começou com sete alunos em média, agora são mais de 20 participantes nessa faixa etária. No total o dojo tem cerca de 50 pessoas praticando a arte marcial. O número de mulheres que iniciaram o aprendizado das técnicas do karatê aumentou muito após o período pandêmico. Além de beneficiar a parte física, o karatê também trabalha a parte mental das pessoas. É um esporte completo", pontou o sensei.
Dayana Gusta Araújo matriculou os filhos Nicholas de 9 anos e Arthur de 7 anos no karatê. Ela disse que após cinco meses praticando a atividade esportiva, a transformação dos meninos no que se refere a concentração, disciplina e noção das responsabilidades mudou muito. karatê.
"Principalmente o Nicholas que foi diagnosticado com déficit de atenção, a gente percebe que ele está mais calmo, organizado, realiza as tarefas com mais planejamento e tem uma clareza maior do respeito ao espaço do outro. A gente percebeu toda essa evolução depois do karatê', afirmou Dayana.
O karateca faixa vermelha Rikelman Rocha, 16 anos, está na prática do karatê há dois anos. Ele contou que que era uma pessoa antes de ingressar nesta arte marcial e agora é outra pessoa totalmente diferente. Autoestima, pensamento positivo, mudança de hábitos alimentares. Rikelman afirma que além de contribuir com a saúde física e mental, a filosofia do karatê é aplicada durante toda a vida.
" No dojo aprendemos aprendemos que para ser vitorioso temos que ser uma pessoa honesta, digna, respeitosa e solidária com os outros. O karatê mudou completamente meu jeito de ver o mundo e as pessoas", finalizou Rikelman.