Saúde

Arapiraquenses relatam infestação de mofo em paredes, teto, armários e roupas

Microorganismos são riscos à saúde e podem até comprometer a estrutura do imóvel

Por Erick Balbino/7Segundos 19/06/2022 08h08 - Atualizado em 19/06/2022 10h10
Arapiraquenses relatam infestação de mofo em paredes, teto, armários e roupas
Arapiraquenses relatam infestação de mofo em paredes, teto e roupas - Foto: Ilustração

Paredes, teto e armários mofados. Esta é a realidade de muitos arapiraquenses nas últimas semanas, quando as temperaturas baixaram e as as chuvas castigaram toda a região.

Junto a esses fatores vem uma grande carga de umidade, que acaba deixando os ambientes propícios para o surgimento de pontinhos marrons ou esverdeados. Este problema é bastante comum e é causado pela formação de uma colônia de fungos, prejudicando principalmente quem tem problemas respiratórios.

A professora Edileuza Balbino, moradora do bairro Alto do Cruzeiro, é uma das quem vem convivendo com a contaminação dos ambientes por mofo.

“Em quase todos os cômodos têm mofo. Uma das paredes principais está infestada. A gente passa a mão e ela sai suja, também dá pra sentir a umidade. Esses dias, nós precisamos fazer uma intervenção em um dos quartos e deixamos um colchão encostado nessa parede durante 24 horas. Quando notamos, o colchão estava molhado e com um cheiro horrível de bolor”, explicou a arapiraquense.

Ainda segundo ela, quadros, sofás e outros móveis da casa também estão ficando com muito mofo.

A arquiteta arapiraquense já perdeu roupas e até sapatos por causa do mofo, e não sabe o que fazer a respeito.

Veja como se livrar do mofo no final da matéria.

PERIGOS PARA A SAÚDE

Esses microorganismos fúngicos evoluem e circulam pelo ar, geralmente em locais fechados, com baixa luminosidade e ventilação. O mofo é um tipo de fungo que cresce em muitos lugares, dentro e fora de casa. 

De acordo com o médico pneumologista Márcio Henrique Filho, esses fungos se reproduzem criando esporos, que, ao serem inalados, geram risco elevado ao desenvolvimento de problemas respiratórios decorrentes dessa exposição.

"Algumas pessoas são mais sensíveis do que outras, incluindo bebês, crianças, pessoas idosas, pessoas que possuem problemas de pele, problemas respiratórios e imunossuprimidos", explicou.

Ainda segundo dr. Márcio Henrique, os fungos produzem alérgenos e, às vezes, substâncias tóxicas. O contato, seja por inalação ou pelo toque pode resultar em reações alérgicas como espirros, coriza, tosse, falta de ar, olhos vermelhos e erupções cutâneas.

"A maioria das reações alérgicas ao mofo envolve sintomas não graves. No entanto, certas condições alérgicas causadas pelo mofo são mais graves. Dentre elas estão: asma induzida por mofo; sinusite fúngica alérgica, aspergilose broncopulmonar alérgica e pneumonite de hipersensibilidade". 

Dr. Márcio Henrique Filho, médico pneumologista

O profissional alerta ainda que mesmo quando o mofo não está visível, a umidade elevada também pode causar danos e riscos. Sendo assim, é importante ficar de olho em alguns sinais para poder identificar o problema precocemente, como odor de mofo, umidade em superfícies duras e manchas de água.

"Diante dos riscos dessa exposição, caso você apresente obstrução nasal, espirros, falta de ar, chiado no peito ou outros sintomas respiratórios que persistam, consulte seu médico para uma avaliação", concluiu Márcio Henrique Filho.

RISCOS ESTRUTURAIS AO IMÓVEL

De acordo com a engenheira civil arapiraquense Samilla Alves, a presença de mofo gera um aspecto visual bastante desagradável, mas é um sinal de possível infiltração, o que pode ser um risco à estrutura da edificação.

A grande maioria dos materiais utilizados nas construções são porosos. O concreto, por exemplo, é largamente utilizado nas construções brasileiras e se não houver uma impermeabilização bem feita, certamente vai ocorrer problemas dessa natureza.

A engenheira orienta que os moradores busquem sempre profissionais qualificados para a realização das intervenções nas estruturas.

"O mofo é ocasionado pelo aumento da umidade. Em lugares frios e com infiltrações, esses microorganismos são mais propensos a se proliferarem. O período chuvoso em que nos encontramos está sendo um grande inimigo das edificações e é importante que os residentes desses imóveis sempre estejam atentos a contratar os profissionais competentes para fazer as manutenções adequadas e deixar sua residência bem ventilada", explicou Samilla.

COMO REMOVER

Antes de mais nada, é muito importante deixar claro que os pontinhos nas paredes não podem ser tratados como sujeira comum. Sendo assim, é essencial utilizar luvas de borracha e máscara de proteção para evitar a inalação das partículas liberadas pelos microorganismos.

A forma mais adequada é aplicando em toda a região contaminada algum produto anti-mofo, que é facilmente encontrado em supermercados. O modo de utilização estará discriminado no rótulo.

O modo mais econômico, entretanto, é utilizando uma mistura de água e água sanitária, numa proporção de 1 para 1 (100 ml de água e 100ml de água sanitária, por exemplo).

A mistura deve ser aplicada durante alguns minutos no local desejado e em seguida ser removida com um pano úmido.

Se o nível da infestação ser muito grande, é essencial a orientação de profissionais especializados.