Economia

Em reunião com Lira e governo, líderes da Câmara decidem votar nova regra fiscal

Projeto foi aprovado pelo Senado no dia 21 de junho com mudanças e, desde então, aguarda a nova análise dos deputados

Por 7Segundos com G1 22/08/2023 08h08
Em reunião com Lira e governo, líderes da Câmara decidem votar nova regra fiscal
Câmara dos Deputados - Foto: Myke Sena/Câmara dos Deputados Fonte: Agência Câmara de Notícias

Em reunião na residência oficial da presidência da Câmara dos Deputados na noite desta segunda-feira (21), líderes partidários decidiram votar o projeto da nova regra fiscal, conhecido como arcabouço, nesta semana. Integrantes da Casa Civil e do Ministério da Fazenda também participaram do encontro. 

Segundo o relator do projeto na casa, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), haverá reunião sobre o tema nesta terça-feira (22), e a expectativa é de que a votação ocorra ainda nesta terça ou na quarta-feira (23). 

O texto, que é prioritário para a equipe econômica do governo, foi aprovado pelo Senado há dois meses com mudanças, o que obriga o retorno da proposta para mais uma votação pela Câmara. 

No entanto, nas últimas semanas, os deputados diminuíram o ritmo de votações de interesse do governo - e um dos motivos seria o atraso na conclusão da reforma ministerial. 

Equilíbrio das contas

A nova regra fiscal cria metas com objetivo de equilibrar as contas públicas. Se aprovado pelo Congresso, o mecanismo vai substituir o atual teto de gastos. 

O projeto autoriza o aumento de despesas acima da inflação, além de determinar que o crescimento dos gastos está condicionado ao aumento da arrecadação.

Na prática, se o governo cumprir a meta e tiver uma arrecadação satisfatória, conseguirá investir mais recursos em infraestrutura ou programas sociais. 

Quando o resultado for muito abaixo do esperado, punições serão aplicadas. Uma das penalidades previstas proíbe a criação de despesa obrigatória, como novos auxílios, benefícios fiscais e cargos. 

Mudanças no Senado

Na votação desta terça-feira, os deputados devem analisar apenas as mudanças feitas pelo Senado, entre elas a exclusão de três despesas das limitações do novo regime fiscal: 

> O Fundo Constitucional do Distrito Federal, destinado ao investimento em segurança, saúde e educação no DF;
> O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica, o Fundeb, fonte de financiamento da educação básica;
> E gastos com ciência e tecnologia de forma geral.

A pedido do governo, os senadores também incluíram um artigo que permite ao governo enviar, na proposta de orçamento de 2024, o valor das despesas considerando a projeção da inflação até o fim do ano - uma mudança que ficou conhecida como "emenda Randolfe", em referência ao líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP). 

Na prática, a brecha abre um espaço fiscal de até R$ 40 bilhões para o Executivo gastar no próximo ano, mas essas despesas estariam condicionadas, ou seja, precisariam ser aprovadas pelo Congresso.