Ritual de magia teria sido motivo para assassinato de casal em Coruripe
Dupla responsável pelo crime foi presa nessa quinta-feira (9) pela Polícia Civil
A morte de um jovem de 21 anos e sua companheira, de 26, ocorrida em agosto de 2022 na zona rural de Coruripe, Litoral Sul de Alagoas, teria sido motivada por um ritual religioso que exigia sacrifício de pessoas. A hipótese foi levantada pelo próprio acusado, que era tio de uma das vítimas.
José Marcos Douglas da Silva e Quitéria Maria dos Santos, apontados como autores do duplo homicídio - a identidade deles foi amplamente divulgada à época do crime - foi preso nessa quinta-feira (9), na cidade de Murici, Zona da Mata alagoana. Eles tentaram fugir ao serem localizados pela polícia, mas foram capturados logo em seguida.
As vítimas, Leandra Bento da Silva, 25 anos, e Jenilson da Silva Oliveira, 21 anos, eram casados e teriam feito ritual de magia para provocar a separação de José Marcos e Quitéria Maria. De acordo com o casal de acusados, a única forma de "desfazer a magia" era assassinar quem havia realizado o suposto ritual.
Em depoimento à polícia, José Marcos contou que embebedou as vítimas e junto com Maria Quitéria, levou o casal até o canavial onde o crime aconteceu. No local, o acusado conversou primeiro com Jenilson, que era seu sobrinho, e ele prometeu que não faria mais trabalhos de magia.
Ao informar esse fato à sua esposa, que estava dentro do carro acompanhada de Leandra, ela teria dito que a “entidade exigia o sacrifício”, determinando que o casal fosse assassinado.
Nesse momento, ainda segundo o depoimento do acusado, ele teria retirado uma faca de dentro do carro e começado a atacar o sobrinho, que morreu na hora. Leandra, que não estava totalmente consciente devido à embriaguez, foi retirada do carro à força, e assassinada a facadas ao lado do marido.
O brutal duplo homicídio teve grande repercussão no município. Os rostos das vítimas chegaram a ficar desfigurados devido a quantidade de facadas na região.
Eles chegaram a ser presos pouco tempo depois, após o vazamento de um áudio da filha dos acusados revelando a autoria do crime. Mas apesar da confissão dos acusados, eles foram liberados para responder ao inquérito em iberdade durante a audiência de custódia. Na época, o juiz plantonista entendeu que não havia requisitos legais para a prisão em flagrante.
Com o objetivo de não ser localizado pela polícia, o casal criminoso ficou trocando frequentemente de endereço, passando a morar em diversas cidades, dentre elas Campo Alegre, Capela, Cajueiro, Viçosa e Murici, onde foram presos.
A dupla estava de posse de documentos falsos e com um filho de 14 anos, que seria uma pessoa com deficiência.