Em seu novo artigo, o deputado federal Daniel Barbosa falou sobre a importância da espiritualidade e da religiosidade na formação e desenvolvimento de Arapiraca, evidenciando a devoção à Nossa Senhora do Bom Conselho, padroeira da Capital do Agreste.

No texto, o parlamentar ressalta a conexão entre fé e prosperidade, mencionando a tradição da cavalgada em homenagem à padroeira, da qual ele participou no último dia 2 de fevereiro.

Daniel Barbosa também aborda a responsabilidade dos cristãos na esfera política, citando o Papa Francisco e defendendo a preservação da dignidade na atividade política.

Leia o texto na íntegra:

ANO LEGISLATIVO COM AS BENÇÃOS DA PADROEIRA

São Tomás de Aquino, o grande teólogo da Igreja Católica, já afirmava no Século XIII que não existe corpo sem espírito, nem espírito sem corpo. Daí é possível concluir que a espiritualidade tem conexão com transcendência, dá significado à vida e anda de mãos dadas com a matéria, embora a alma sobreviva ao corpo. Por sua vez, espiritualidade humana e religiosidade são virtudes solares que se complementam.

A religião e a fé orientam e aproximam as pessoas de Deus, por meio de mensagens de paz, amor, compaixão, fraternidade e bondade. A fé verdadeira é uma crença inabalável que fortalece na adversidade, traz esperança nos momentos difíceis e serve de guia para tomar decisões.

Nesse sentido se formou a devoção religiosa da população de Arapiraca, demonstrada ao longo de mais de um século, na construção e no desenvolvimento da cidade, que não teve caminhos fáceis. E tudo começou quando Manuel André resolveu explorar as terras onde nasceria o município e, em 1864, construiu a Capela de Nossa Senhora de Bom Conselho sobre o túmulo de sua esposa, Dona Maria Izabel.

O fundador da Capital do Agreste encomendou e foi buscar, a cavalo, uma imagem de Nossa Senhora da Guia em Bom Conselho/PE. Na volta, desde Palmeira dos Índios um cortejo de cavaleiros o acompanhou até a igreja, aonde chegou no dia 2 de fevereiro e ali foi rezada a primeira missa. Por essa razão, nas celebrações da padroeira, desde 2003 tem-se a tradicional cavalgada que, percorrendo esse mesmo caminho conduzindo a réplica da imagem de Maria com o Menino Jesus no colo, transmite uma energia divina.

Nossa Senhora do Bom Conselho é uma das representações da Virgem Maria, Mãe da Igreja, Conselheira dos Apóstolos e Intercessora da Humanidade. Foi ela que gerou e depois guiou Jesus na infância e na juventude. É ela que orienta os passos do ser humano pelas estradas da vida e pediu a todos para praticar os ensinamentos de seu filho. É a ela que se dirigem as súplicas de perdão pelos pecados e a salvação da alma. É a ela que se destinam os pedidos para interceder junto a Jesus na escolha do melhor caminho para Deus.

A prosperidade de Arapiraca foi construída com muito trabalho, religiosidade e fé. Participo das homenagens à nossa padroeira com muita emoção e saio espiritualmente fortalecido. O contato com pessoas de fé, com gente simples e de muita sabedoria, faz bem à alma, ajuda a corrigir as nossas imperfeições e mostra a importância de desenvolver a humildade e seguir os valores cristãos, amando o próximo como a si mesmo e sendo justo, bom e verdadeiro.

O Papa Francisco costuma lembrar que no âmbito da Igreja há serviços ministeriais, ofícios e atribuições, cuja finalidade é levar os valores cristãos ao mundo social, político e econômico do nosso tempo. O Concílio Vaticano II, de 1962, é bem claro ao dizer, com total lucidez, que todos os cristãos devem ter consciência do papel que lhes cabe na comunidade política. Devem dar o exemplo, aperfeiçoando o sentido de responsabilidade e de dedicação ao bem-comum.

Realmente, cumpre a todos nós cidadãos, religiosos e não religiosos, preservar a dignidade da atividade política, que é fundamental ao bem-estar da sociedade democrática e depende da forte participação do povo de acordo com suas opções políticas, escolhendo e controlando os governantes. A democracia, portanto, garante o interesse coletivo, que não pode ser desapropriado por interesses particulares ou objetivos meramente ideológicos.

Cada vez mais tenho orgulho de representar os alagoanos na Câmara dos Deputados e estou consciente das grandes responsabilidades inerentes ao meu ofício. Sou grato pela oportunidade de trabalhar por um mundo melhor. Procuro acertar todos os dias, sendo humilde e ouvindo as pessoas com atenção. Atribui-se ao escritor Gabriel García Márquez uma frase que resume bem o meu pensamento: um homem só pode olhar outro de cima para baixo para auxiliá-lo a se levantar.

A atividade política busca os melhores resultados pelo consenso entre os integrantes da sociedade. Na vida parlamentar é indispensável saber interpretar as vozes das ruas para debater, aprovar e estimular as medidas necessárias à construção de um ambiente social que sirva a todos. Tenho aversão às intrigas de reposteiros e ao egoísmo. Minha personalidade, meus hábitos, minha espiritualidade e a minha visão de mundo foram formadas no Agreste das Alagoas. Conheço os problemas que afligem a população do Litoral, da Zona da Mata, do Semiárido e do Sertão alagoano, que recebem toda atenção de minha parte.

Nesta segunda-feira retomamos as atividades legislativas no Congresso Nacional. Devemos apreciar os vetos que trancam a pauta, votar as medidas provisórias e iniciar o trabalho de regulamentar o quanto antes a reforma tributária, a fim de que ela atinja os seus objetivos mais nobres, entre outros temas importantes para o país.

Considero a autoestima de um povo ou de uma comunidade como sentimento essencial ao progresso e à felicidade. Desenvolvimento sustentável, boa educação, boa saúde, pleno emprego, redução das desigualdades e da pobreza extrema colaboram muito para reconquistar e conservar o amor-próprio. Neste ano de 2024, Arapiraca completa cem anos de história e, com as bençãos de Nossa Senhora do Bom Conselho, irei trabalhar com mais afinco, direcionando recursos e abrindo caminhos a fim de que a prefeitura continue fazendo da cidade o grande polo de desenvolvimento do interior do estado e um lugar bom para viver.