Polícia

Vereador e médico são alvos da polícia por atendimentos particulares em hospital público de Arapiraca

Segundo as investigações, o vereador levava pessoas ao hospital nos dias de plantão de um médico específico, que realizava atendimentos particulares dentro da unidade pública

Por 7Segundo com Assessoria 30/05/2025 09h09 - Atualizado em 30/05/2025 09h09
Vereador e médico são alvos da polícia por atendimentos particulares em hospital público de Arapiraca
Hospital de Emergência do Agreste (HEA) - Foto: Marivaldo Vítor/7Segundos

A Polícia Civil de Alagoas concluiu e remeteu à Justiça, nesta sexta-feira (30), o inquérito que apurou crimes cometidos por um vereador do município de Arapiraca dentro do Hospital de Emergência do Agreste. Segundo as investigações, o vereador levava pessoas ao hospital nos dias de plantão de um médico específico, que realizava atendimentos particulares dentro da unidade pública.

Os delitos incluem desacato, injúria, difamação, corrupção ativa e passiva, tendo como vítima um vigilante da unidade hospitalar. A ocorrência mais recente foi no dia 19 de maio.

De acordo com as investigações, as pessoas não passavam por triagem, não faziam ficha de entrada e não eram classificadas como casos emergenciais, contrariando os protocolos do Sistema Único de Saúde (SUS). O médico atendia por fora, em caráter privado, dentro da estrutura pública.

A direção do hospital determinou à equipe da recepção e aos vigilantes que impedissem a entrada irregular de pacientes. Então, na última ocorrência, o vereador tentou forçar a entrada com várias pessoas, foi impedido por um vigilante, xingou e empurrou o servidor, além de causar tumulto ao exigir que as pessoas fossem atendidas sem os devidos trâmites legais. O médico também teria insistido para que o grupo fosse atendido.

O delegado Edberg Oliveira esclareceu que o inquérito comprovou que a prática reiterada dos atendimentos particulares dentro de hospital público caracteriza crime de corrupção, uma vez que o médico favorecia interesses particulares em detrimento do interesse coletivo.

A investigação também considerou como agravante o fato de a conduta ter gerado prejuízo direto ao serviço público.

O tumulto causado pelo vereador na recepção do hospital interrompeu o atendimento por quase duas horas, prejudicando o acesso de pessoas que realmente necessitavam de atendimento emergencial. A situação só foi controlada após a intervenção de um policial militar, que retirou o vereador da unidade.

O delegado enfatizou que a Polícia Civil apura com rigor toda e qualquer infração penal, independentemente da posição social ou política do autor.