Pesquisa aponta redução de 3,1% na taxa de analfabetismo na capital alagoana
De 2010 a 2015 houve uma queda de 80 para 66 mil analfabeto em Maceió
A secretaria municipal de Educação (Semed) apresentou nesta quarta-feira (24), o relatório final da pesquisa inédita que traz novos índices sobre a taxa de analfabetismo em Maceió na população acima de 15 anos. A apresentação foi realizada na Escola de Magistratura de Alagoas (Esmal) e tem como objetivo fornecer subsídios para que o município alcance, até 2024, a meta que é a erradicação do analfabetismo na capital ou reduzir, em pelo menos 4%, em números absolutos esses índices a população com 15 anos ou mais.
A pesquisa mostrou ainda que houve uma queda na taxa do analfabetismo de 2010 para 2015 reduzindo de 80 para 66 mil números de analfabeto em Maceió. Os dados ainda são mais animadores: a taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais na cidade, em 2010, segundo o Censo era de 11,4%. Entretanto o último trimestre de 2015, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios-Pnad Contínua, a taxa de analfabetismo teria ficado em torno de 8,3% caindo cerca de 3,1%.
O estudo foi realizado pelo Internacional Policy Center For Inclusive Growth-IPC/IG (CENTRO Internacional de Políticas para o crescimento inclusivo (IPC) em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no âmbito do projeto de cooperação MEC/PNUD/SEMED.
De acordo com a coordenadora geral do projeto Semed/Pnud, Rita Ippolito, a pesquisa visa fornecer subsídios para que o município de Maceió alcance, até 2024, a meta da erradicação do analfabetismo que se encontra no Plano Nacional de Educação (PNE). “O evento tem como objetivo apresentar dados e achados sobre o analfabetismo na população de jovens, adultos e idosos e, a partir dele, proporcionar uma reflexão sobre cenários caminhos e perspectivas”, afirma Rita.
O relatório foi apresentado pelo coordenador da pesquisa IPC/PNUD, Rafael Osório, que destacou que o estudo inicialmente teve a ideia de conhecer a população analfabeta da capital. Ele explica ainda, que a demanda da secretaria municipal de Educação partiu do diagnóstico referente ao censo de 2010 que apontou a existência de 80 mil analfabetos de jovens, adultos e idosos na cidade.
Para compor esse perfil do público da cidade, a pesquisa foi baseada em várias bases de dados possíveis. Uma delas foi estudar as intervenções da política de jovens e adultos realizada na cidade, onde se pôde avaliar se as intervenções que tinham sido feitas pelo município estavam realmente na escala do problema. O coordenador avaliou que sim, que o analfabetismo de Maceió se tornou um problema demográfico.
Ele ressalta que Maceió tem alfabetizado crianças antes de 15 anos, ou seja, segundo ele, o município não deixa mais de alfabetizar criança abaixo de 15 anos de idade. O saldo de analfabetos da capital está enraizado no passado, entre vários motivos. “Muitas crianças podem até, ter um certo atraso na idade/série, se tratando em muitas situações a questões relativas à qualidade de ensino, mas acabam se alfabetizando. Por outro lado, tem um grande contingente de pessoas que, por conta da desigualdade do acesso à escola no passado, ou do pouco tempo de permanência na escola, gerou uma população de analfabetos que vivem hoje na capital”, justifica o coordenador.
Política de Educação
Para a secretária municipal de Educação, Ana Dayse Dorea, os dados revelados pela pesquisa vão ajudar a construir a política de Educação de Jovens, Adultos e Idosos de Maceió. “São dados com informações valiosas que dão conta, por exemplo, de respostas de qual é a causa do analfabetismo em Maceió, além de responder questões sobre a faixa etária dessa população, ondem moram, qual sua condição social e econômica, entre outras informações”, explicou.
Na oportunidade, a secretária afirmou que 2016 é o ano da promoção da política da Educação de Jovens, Adultos e Idosos, que está sendo discutida, tratada e construída para o enfrentamento da erradicação do analfabetismo. “Com o relatório, temos o subsídio para que possamos dizer como vamos fazer para atingimos a meta”, disse a gestora.
A apresentação da pesquisa prosseguiu com uma mesa redonda que discutiu o tema Analfabetismo em Maceió: Debatendo a Efetivação do Direito à Educação à Luz dos Resultados da Pesquisa”, com a participação do professor doutor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Timohy Ireland, e da professora doutora do Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Marinaide Freitas. A programação segue durante o dia todo com realização de palestras e debates sobre o assunto.