Educação

Ufal leva caso de violência envolvendo a comunidade acadêmica à Polícia Federal

Reitora solicitou atuação do órgão na apuração do caso e punição para os envolvidos

Por Redação com assessoria 07/10/2016 14h02
Ufal leva caso de violência envolvendo a comunidade acadêmica à Polícia Federal
Reitora Valéria Correia (ao centro), procurador federal Fabrício Cabral, assessor jurídico Basile Christopoulo e superintendente da PF Bernardo Torres (lado esquerdo da reitora) - Foto: Assessoria Ufal

Depois dos atos violentos envolvendo a comunidade acadêmica do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA), a reitora Valéria Correia foi à Polícia Federal (PF) para solicitar atuação do órgão na apuração do caso e a consequente punição para os envolvidos. Acompanhada do procurador federal Fabrício Cabral e do assessor jurídico Basile Christopoulo, ela entregou ao superintendente Bernardo Torres ofício com a solicitação, além de prints de conversas suspeitas na rede social Facebook.

Valéria Correia afirmou que a ocorrência no Instituto foi antidemocrática, além de ter criado um clima de insegurança, intolerância e animosidade. "Eles provocaram uma guerra. A Universidade é o lugar do livre pensar, da pluralidade. Se não podemos fazer isso no nosso espaço, onde faremos?", questionou a reitora, que manifestou preocupação com a integridade física de alunos e professores não só do Instituto, como de todo o Campus.

Acrescentou ainda que o comandante do 59º Batalhão de Infantaria Motorizado (59º BIMTZ), coronel Júlio César Macário, ligou comunicando que vai se dedicar para identificar e expulsar o militar, caso seja comprovado o envolvimento no caso. O procurador Fabrício Cabral entregou o ofício do Gabinete da Reitoria em mãos, sendo informado que será aberto processo para identificar a pessoa que aparece vestida de militar fazendo continência na foto viralizada nas redes sociais.

O superintendente da PF disse que a medida inicial é fazer um Ievantamento dos envolvidos a fim de identificar estudantes e professores que presenciaram o fato, para daí então ouví-los e, após análise, informar se houve crime e qual o enquadramento legal. Na ocasião, o delegado do setor de Inteligência da PF, Antônio Carvalho, chegou a ouvir duas testemunhas, podendo amanhã já anunciar algumas diligências.

Relembre o caso

Integrantes de um movimento intitulado "Nacionalistas" chegaram à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), na última terça-feira (4), acompanhados de uma pessoa vestida com a indumentária alusiva ao Exército Brasileiro, portando uma arma de fogo. Na ação, um dos jovens rasgou cartazes alusivos ao socialismo e intimidou os acadêmicos no prédio do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA), da instituição de ensino.

Após o ocorrido, um dos jovens, defensor do 'movimento', identificado por Antonio David, publicou nas redes sociais uma foto junto ao 'militar', ainda não identificado, comemorando o acontecimento. "Não somos doces, somos amargos!!!! Repressão constante e massiva. Aos esquerdinhas, levei apenas um militar, se chorarem muito, na próxima levarei à (sic) tropa toda para limpar esse pandemônio". Alunos da instituição utilizaram as redes sociais para mostrar indignação e denunciar o caso. 

Ao tomar conhecimento das agressões, a reitora da Ufal, Valéria Correia, e o vice-diretor do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA), professor Alberto Vivar Flores, emitiram uma nota à imprensa, onde repudiaram veementemente os acontecimentos envolvendo a comunidade acadêmica do Instituto.