Governo estuda cobrar R$ 300 milhões em taxas da Netflix BR até 2022

Depois da tentativa das operadoras em cobrar pelo uso de dados, e da aprovação no apagar das luzes de 2016 da cobrança de ISS sobre serviços de streaming, vem aí mais um golpe contra a Netflix, suas congêneres e, claro, todos os usuários.
A única dúvida é como o governo vai taxar a Netflix. Se pela cobrança de Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional) ou por meio de uma taxa sobre a remessa dos lucros.
No primeiro caso, por meio da Ancine (Agência Nacional do Cinema), o governo cobraria uma taxa de R$ 7.291 de cada um dos produtos estrangeiros do catálogo da Netflix Brasil --com duração superior a 50 minutos. Além disso cobraria uma taxa de R$ 1.822,81 por episódio de séries internacionais.
A cobrança também se estenderia às produções nacionais (R$ 1.458,25 por filme, R$ 364,56 por capítulo).
A ideia, claro, é cobrar Condecine não só da Netflix mas de todos os serviços que ofereçam streaming, inclusive You Tube, Spotify etc.
O primeiro efeito disso, caso a medida seja implementada, seria o aumento do custo da assinatura, porque a taxa obviamente será repassada para os assinantes desses serviços.
A Condecine é paga pelas produtoras de conteúdo a cada cinco anos, mas ainda há uma discussão jurídica sobre se ela é ou não um instrumento legal.
Se a Ancine obtiver aprovação para isso, a estimativa (conservadora) é que governo arrecade algo em torno de R$ 300 milhões até 2022 somente da Netflix.
Netflix tem faturamento estimado em R$ 1,1 bilhão no Brasil, mas ele pode ser ainda maior.
O catálogo total desse serviço no país é estimado em 60 mil títulos (entre filmes, especiais, episódios de seriados, séries, novelas, documentários etc).
Além disso há uma troca constante de produtos todas as semanas, e que também seriam taxados a cada cinco anos (se permanecerem no cardápio dos assinantes).
Caso um imprevisto ocorra e a Ancine não consiga cobrar a Condecine, o órgão já tem um plano B: taxar o faturamento ou a remessa de lucros das empresas.
TENTÁCULOS
Em consulta pública declarada no final do ano passado, a Ancine demonstra suposta preocupação com o momento de expansão da produção audiovisual no Brasil.
Segundo a agência, essa produção “cresceu 66% entre 2007 e 2013”, segundo dados incluídos na “Notícia regulatória - Comunicação Audiovisual Sob Demanda”, espécie de carta de intenções da agência federal a respeito do setor.
Segundo o governo, é preciso disciplinar um mercado de VOD (video on-demand) porque “49% dos usuários de banda larga estão vendo VOD”.
“Compõe esta pauta a implantação de um modelo tributário equilibrado”, diz a Ancine, que sentencia: “Faz-se relevante a atenção do Estado.”
Veja também
Últimas notícias

Gaspar é relator de pedido para suspender processo de golpe de Estado contra deputado bolsonarista

Paulão mantém esperanças na candidatura dos irmãos Barbosa pelo PT em 2026

População de Canafístula do Cipriano sofre com falta d’água em Girau do Ponciano

Bazar em apoio à aldeia Wassú Cocal reúne sabores e cultura; confira programação

Prefeito antecipa pagamento dos servidores em homenagem aos 150 anos de Maragogi

Prefeitura de Olho D’Água do Casado tem contas bloqueadas por dívidas antigas
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
