Política

Renan baixa o tom, elogia Temer e admite necessidade de reformas

Por Andréia Sadi com Andréia Sadi 10/05/2017 09h09
Renan baixa o tom, elogia Temer e admite necessidade de reformas
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o presidente Michel Temer - Foto: Adriano Machado/Reuters

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), baixou o tom das críticas em relação à pauta do ajuste fiscal defendida pelo governo Michel Temer durante fala em reunião no Palácio do Planalto nesta terça-feira, com a bancada do partido. 

Segundo o blog apurou, Renan admitiu aos presentes a necessidade de reformas como a da Previdência - inclusive em Alagoas, estado governado pelo seu filho - e elogiou o encontro organizado pelo presidente.

Nas últimas semanas, Renan tem feito duras críticas às reformas da pauta econômica e está com a liderança ameaçada. Mas, hoje, o senador mudou de postura. 

Segundo o blog apurou com participantes da reunião, que ocorreu a portas fechadas, Renan disse que cumprimentava Temer porque o presidente entendia da necessidade de se atualizar as leis. 

Aos presentes, Renan disse não ser a favor de se "deixar de fazer as reformas", mas que o que defende é que se discuta qual reforma deve ser feita. 

O senador disse que a bancada do PMDB, na medida do possível, tem que colaborar, mas que não pode "degringolar", dizendo que os compromissos nas reformas são compromissos com o que ele chamou de "capitalismo selvagem". 

Renan defendeu o diálogo com diferentes setores, como trabalhadores, empresários e entidades, e que se ajude Temer para encontrar um ponto de equilíbrio nas reformas. 

O senador também elogiou o encontro promovido por Temer. Disse que "nada substitui em encontro" como o que ocorreu hoje para que, como "gente crescidinha", os senadores pudessem discutir as estratégias, os desafios e encaminhamentos e ate onde eles podem ir.

 

Medida Provisória 

No encontro, Temer admitiu que as reformas são assuntos mais saborosos para a oposição e mais amargos para os que estão na situação.

Temer disse que os temas viraram bandeira da oposição, mas "empunhada falsamente" porque "as mentiras que foram alardeadas foram brutais". 

Temer disse que o "destino" o colocou na Presidência para cumprir uma missão difícil em meio à recessão econômica tempo. 

Para aprovar a reforma trabalhista, Temer afirmou aos senadores estar disposto a editar uma Medida Provisória com sugestões de alterações dos parlamentares após a votação do projeto.

O presidente disse que o Congresso é soberano se quiser resolver as observações na própria reforma trabalhista. Mas disse que, se eles quiserem, ele colocará em execução imediata uma Medida Provisória com as mudanças apontadas por eles.

Motivo: com o aceno, o governo quer evitar que o texto sofra modificações no Senado e volte para a Câmara.