Justiça

Judiciário tira dúvidas sobre adoção e apadrinhamento no Maceió Shopping

Interessados podem conversar com a equipe multidisciplinar da 28ª Vara Cível da Capital até quinta-feira (25)

Por Assessoria TJ/AL 24/05/2017 09h09
Judiciário tira dúvidas sobre adoção e apadrinhamento no Maceió Shopping
Presidente Otávio Praxedes destacou a importância do evento que visa estimular a adoção em Alagoas - Foto: Itawi Albuquerque

Em alusão à Semana Nacional da Adoção, a 28ª Vara Cível da Capital – Infância e Juventude deu início, nesta terça-feira (22), ao I Encontro de Conversa sobre Adoção, realizado no Maceió Shopping, das 14h às 21h30, até quinta-feira (25). A equipe multidisciplinar da unidade judiciária está disponível, em stand próximo à loja Renner, para tirar dúvidas e orientar sobre o processo de adoção e Projeto de Apadrinhamento.

O presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), desembargador Otávio Leão Praxedes, acompanhou os trabalhos da equipe durante a tarde desta terça e destacou a importância do evento que visa estimular a adoção em Alagoas.

“Esse processo guarda uma certa singeleza por se tratar de pessoas que querem construir sua família e precisam de um apoio da sociedade e da Justiça. Hoje o Judiciário está dentro de um shopping, saindo da sua escrivaninha para mostrar a população esse significativo trabalho que é o processo de adoção, qual a finalidade, o objetivo a que se destina e por isso me sinto muito feliz por estar aqui nesse momento”, disse o presidente.

A aposentada Eliane Valério, de 56 anos, soube da ação por uma amiga e foi uma das primeiras a chegar no local. Ela conversou com a psicóloga Fátima Malta, integrante da equipe multidisciplinar da Vara, e contou que sempre teve interesse em adotar, mas seu ex-companheiro não queria.

“Eu nunca tive filhos, mas sempre ajudei a cuidar dos meus sobrinhos. Minha mãe já adotou e graças a Deus, nenhum dos filhos dela deu problema. Como hoje eu estou só, tenho uma casa, já tenho um quarto direitinho para dar a uma criança, estou ansiosa para adotar”, explicou.

Aposentada Eliane Valério durante o I Encontro de Conversa sobre Adoção

Hoje, Eliane sonha em levar para casa uma criança entre sete e 10 anos de idade, faixa etária raramente escolhida por quem decide adotar. A preferência da aposentada é que seja uma menina, mas ela deixou claro que adotará a criança “que Deus enviar” para ela quando visitar os abrigos.

“Não tenho mais idade para criar um bebê, não me sinto apta para isso, mas com uma criança mais velha será mais fácil para mim que quero muito ter companhia. A noite é a pior parte, se eu tiver uma filha nós vamos fazer companhia uma para a outra e vou poder levar ela para passear também. A criança que eu adotar vai ser bem tratada, se eu cuido bem dos meus sobrinhos, imagina da minha filha”, disse emocionada.

Já a servidora pública federal, Edna Cesarino, estava passeando pelo shopping quando conheceu o Projeto de Apadrinhamento da 28ª Vara Cível da Capital. O projeto visa assegurar a reintegração social de crianças e adolescentes que estão em casas de adoção.

“O meu foco é voluntariado e como é uma área que eu gosto que é com criança, parei para pegar informações. A princípio peguei todos os formulários para ler, ver o que mais se aproxima do que gosto de fazer, para depois me inserir. Achei essa ação assertiva demais, aqui é um lugar onde todo mundo vem. A pessoa pode não estar procurando por isso, mas quando ela vê se interessa”, afirmou.

Presidente Otávio Praxedes, juízes Ygor Figueiredo e Fátima Pirauá e equipe multidisciplinar da 28ª Vara Cível da Capital

Adoção: um ato de amor

“A adoção é um ato de amor de uma pessoa que acolhe uma criança ou um adolescente como seu filho pelo resto da vida. As crianças e os adolescentes estão nas unidades de internação e de acolhimento de Maceió ansiosas esperando para ter o direito que toda criança tem, que é de ter a sua família. Então, a adoção é um processo com envolvimento de amor”, explicou a juíza Maria Lúcia de Fátima Pirauá, responsável pela 28ª Vara Cível da Capital – Infância e Juventude.

A magistrada explicou que para uma criança ser considerada apta para adoção é necessário realizar um estudo com a família natural e constatar que nenhum parente próximo tem condições de ficar com a criança. Ela destacou também a importância da adoção formal para garantir os direitos e a integridade dos menores.

“A adoção deve ser feita da forma legal para evitar qualquer tipo de compra e de venda, como a gente sabe que já existiu em outros tempos, e que ainda pode existir. Tem pessoas que acham que podem pegar uma criança pequena, ou que alguém pode dar uma criança e fazer uma adoção, não é dessa forma. Para adotar você tem que se inscrever como adotante, tem que se habilitar, ser preparado e analisado pela equipe técnica da Vara para ver se você realmente tem condições. Pode ser uma pessoa, um casal heterossexual ou homoafetivo, o importante é que você tenha amor para dar a criança”, esclareceu.

Por fim, a juíza Fátima Pirauá explicou que as pessoas que não querem ou não podem adotar, podem ajudar com o apadrinhamento de crianças e adolescentes que já estão fora da faixa etária preferida pelos adotantes. O apadrinhamento pode ser afetivo, financeiro ou por meio de prestação de serviços.

“Você pode apadrinhar afetivamente, levando essa criança para o seu convívio familiar, para eventos sociais, para algum lazer ou diversão. O apadrinhamento financeiro, que é aquele em que a pessoa pode pagar uma escola particular ou um curso de capacitação para que ele tenha autonomia quando sair do lar de acolhimento e possa ingressar no mercado de trabalho.  E finalmente temos o apadrinhamento social e profissional, que é você despender da sua profissão, para algo para aquela criança”, explicou.

Apadrinhamento

Os interessados em apadrinhar devem preencher a ficha de inscrição disponível no site da Coordenadoria Estadual da Infância e da Juventude (Ceij), imprimi-la e levá-la até a 28ª Vara Cível, que funciona na rua Hélio Pradines, nº 600, na Ponta Verde. A ideia é que no futuro todo o processo seja feito de forma eletrônica.

Para os que vão participar da modalidade de apadrinhamento afetiva, exige-se ainda atestado de idoneidade (junto com a cópia do RG da pessoa que atesta) e atestado de saúde física e mental (feito por psiquiatra ou clínico-geral). Também são pedidas cópias do comprovante de residência, CPF e RG. A lista completa dos documentos pode ser vista aqui.

Depois de analisada a papelada, a equipe da unidade agenda uma entrevista e marca uma visita à casa dos padrinhos (a visita ocorre apenas no caso da modalidade afetiva).