Política

Comissão Externa define estratégias para amenizar consequências das chuvas em AL

Por 7 Segundos Maceió 14/06/2017 12h12
Comissão Externa define estratégias para amenizar consequências das chuvas em AL
Reunião sobre as consequências das chuvas em Alagoas - Foto: Carlos Victor/ 7 Segundos

A Comissão Externa das Chuvas da Câmara dos Deputados realizou, na manhã desta quarta-feira (14), um encontro para debater as consequências das chuvas de maio que atingiram mais de 27 municípios alagoanos e deixaram centenas de desabrigados e desalojados. O encontro aconteceu na Sala Pitanga, no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, no bairro do Jaraguá, em Maceió, e contou com a presença de prefeitos, vereadores e lideranças comunitárias. 

Para o deputado JHC, coordenador da Comissão, a finalidade do encontro foi reunir lideranças para propor medidas de suporte necessárias às vítimas das chuvas, além de debater a aplicação dos recursos federais destinados aos municípios atingidos e previnir novos desastres. "Nós sabemos que há uma precariedade ainda em Alagoas sobre o mapeamento das zonas de risco. Temos alguns cases que já deram certo, a exemplo de Recife. Queremos levantar os dados em Alagoas, algo que já existe em outros Estados e levar para Brasília. De forma objetiva, iremos contabilizar quantas barragens existem no Estado e ajudar não somente na reconstrução dos municípios, mas na prevenção", afirmou JHC.

Durante o encontro, o coordenador da Defesa Civil do Estado, Major Moisés,atualizou os números das vítimas das chuvas em Alagoas. Conforme o novo levantamento apresentado pelo órgão, existem cerca de 998 desabrigados e 350 desalojados. Com relação a divergência dos números apresentados - alvo de investigação do Ministério Público Estadual (MPE/AL) -, o major  informou que os dados são atualizados semanalmente e que na próxima semana serão entregues novos dados para que os recursos sejam disponibilizados para aqueles que necessitam.

O deputado JHC também se posicionou sobre o desencontro dos dados de desabrigados e desalojados apresentados pelas prefeituras municipais. Ele classificou o episódio como "absurdo" e afirmou que o fato deve ser investigado e as pessoas envolvidas punidas. "O ato de declarar notícias falsas ou fantasiosas com o intuito de declarar recursos para os municípios é um absurdo, mais que falta de sensibilidade. Fizemos questão de convidar o Ministério Público para poder participar desta audiência", declarou.

A deputada Rosinha da Adefal (PT do B), que também faz parte da Comissão, esteve presente no encontro e falou do papel da Câmara dos Deputados para direcionar os recursos da forma correta às vítimas. Rosinha acredita que não houve 'má-fé' e sim descontrole das prefeituras a respeito dos números de vítimas das chuvas. "Acredito que o país tem que se atentar no que está acontecendo. Temos que fazer um trabalho muito sério de prevenção, que amenizarão os problemas que vem acontecendo. Temos que trabalhar com as tecnologias e focar na prevenção. A Câmara tem a missão institucional de cobrar, fiscalizar e viabilizar junto ao executivo que os recursos cheguem e sejam direcionados da forma correta. Que o povo seja assistido da melhor maneira", ressaltou. 

O assunto sobre denúncia de que os números de desabrigados estavam superfaturados, foi tratado também pelo representante da Comissão instalada pelo Ministério Públido Estadual (MPE),  promotor José Antônio Malta Marques. Ele informou que o objetivo do MPE/AL é fiscalizar as prefeituras no que se refere o uso da verba enviada pelo Governo Federal. "O interesse do Ministério Público não é de bater de frente com os prefeitos e sim, apenas, fiscalizar e evitar que alguns leve para vala comum gestores corretos", informou.                    

O deputado Rodrigo Cunha (PSDB) também esteve presente no encontro e elogiou a iniciativa do deputado JHC em criar a Comissão Externa para analisar todos os dados das enchentes e ajudar às vítimas da trágedia. Cunha classificou como 'inaceitável' que a tragédia volte a se repetir após sete anos, visto que era para que os políticos se engajassem e detectassem os problemas dos municípios e dessem prioridades a obras estruturais como forma de prevenir novos desastres.