Quadrilha que falsificava diagnóstico do glaucoma desviou R$ 30 milhões do SUS
Caso rendeu reportagem no Fantástico; grupo criminoso teria fraudado cerca de 20 mil consultas anualmente
A investigação que aponta um esquema criminoso de fraude em diagnósticos do Glaucoma em Alagoas e mais três estados foi reportagem no Fantástico deste domingo (25). A organização criminosa, que tem como principal integrante, de acordo com a Polícia Federal, o ex-secretário adjunto da saúde, em Maceió, André Born, teria desviado cerca de R$ 30 milhões do Sistema Único de Saúde (SUS).
A reportagem do Fantástico usou o depoimento de um médico, que se recusou a participar do esquema. Ele, que não foi identificado, informou em entrevista, que o grupo criminoso teria fraudado somente em um ano cerca de 20 mil consultas que foram cobradas sem terem sido realizadas.
No últmo dia 13 de junho, a Polícia Federal desencadeou uma operação denominada de 'Operação Hoder', que cumpriu quatro mandados de prisão temporária, um de condução coercitiva e oito de busca e apreensão. Quatro pessoas foram presas, dentre elas, o médico André Born, que segundo o superintendência da Polícia Federal, em Alagoas, era o principal integrante do grupo criminoso. André Born também já teve cargos no Ministério da Saúde.
Ainda de acordo com o delegado, os médicos prescreviam colírios mais caros para os pacientes e realizavam mutirões nos municípios investigados com bastante frequência. Além disso, em casos em que poderia ser preescrito apenas um colírio de primeira geração, que custa em torno de R$ 18,00, era prescrito um de terceira geração, que custa R$ 205,00.
Nas investigações também foram identificados que os médicos preescreviam três colírios, recebiam o valor do SUS, mas só repassavam dois. O terceiro colírio era prometido para ser entregue em uma data posterior, mas nunca chegou às mãos dos pacientes. Além dessas ações, a empresa investigada também diagnosticava o glaucoma em pacientes que não tinham a doença.
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Assista matéria do Fantástico.