Mais de 20% dos maceioenses não conseguem pagar as contas
O endividamento das famílias ainda é elevado. É a constatação da pesquisa sobre a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), em junho, elaborada pelo Instituto Fecomércio, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo o levantamento, o percentual de 21,2% da população economicamente ativa de Maceió não está pagando suas contas. A redução de dois pontos percentuais da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor de Maceió (PEIC) é fruto da leve recuperação dos empregos no setor de serviços e do FGTS inativo que ainda deve pagar no mês de julho R$ 10 milhões para 12 mil pessoas em Alagoas.
Para o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomécio AL), Felippe Rocha, pelo menos por enquanto, não há motivos para comemorar a informação divulgada pelo IBGE em relação à variação mensal do mês de junho, que foi negativa em 0,23% (a última vez que ocorreu tal situação foi em 2006).
Em Alagoas, o desemprego persiste. O setor de comércio e serviços registram cinco meses consecutivos de perdas de postos de trabalho e a construção civil, seis meses.
Considerando que a renda extra é utilizada para aliviar as dívidas em casa, as famílias têm procurado cada vez mais comprar apenas o essencial. Em pesquisa recentemente divulgada pelo SPC Brasil, na primeira semana de julho, aponta que 57% dos brasileiros devem reduzir seus gastos este mês, devido à redução da renda familiar, desemprego ou endividamento.
O resultado do SPC Brasil converge com a pesquisa elaborada pelo Instituto Fecomércio, no qual, para o mês de junho ocorreu uma redução do consumo das famílias de 2,54% em relação a maio. Para o mesmo mês do período anterior à redução é ainda maior, de 6,51%. “O que aponta uma involução do consumo doméstico maceioense, mesmo quando comparado a um mês de crise econômica. Mas, se a população brasileira e maceioense não consome, de que forma as informações econômicas oficiais apontam retomada do crescimento e produção da indústria e da agricultura?”, questionou Felippe.
Segundo o economista da Fecomércio, a resposta é simples, o câmbio desvalorizado tem tornado o preço dos produtos brasileiros extremamente competitivos no exterior. Além das demissões que ocorreram na agroindústria e na indústria pesada nos últimos dois anos e a não necessidade de recontratação para atendimento da demanda internacional que tornaram os empresários do segmento mais produtivos, facilitando as exportações. O primeiro semestre da balança comercial acumula superávit de US$ 36 bilhões, o melhor resultado do período desde 1989.
Sobre o emprego, os maceioenses estão mais céticos quanto à possibilidade de melhoria profissional nos próximos seis meses. Nesse aspecto houve redução de 4,2% em relação ao mês anterior. Embora o IBGE tenha apontado deflação no mês de junho, em 0,23%, a redução da renda familiar pelo desemprego faz com que os moradores da capital, em comparação com o mesmo período anterior, comprem 1,8% menos.
O achatamento da renda tem diminuído as possibilidades de aprovação de crédito no crediário, empréstimos pessoais e até pelo uso do cartão de crédito. Em junho, ficou 6,3% mais difícil aprová-los em comparação a maio. “Encontrando dificuldades para aprovação de crédito e com uma renda menor, o consumo atual é 5,9% menor e a perspectiva de consumo para os próximos seis meses já aponta redução de 1,7%”, observou Felippe. Para ele, a resposta das empresas é uma tentativa de achatamento de suas receitas por meio da redução de preços, principalmente de produtos duráveis, favorecendo a aquisição de alguns poucos consumidores, apontando alta de 2,8% frente a maio.
O ICF foi realizado nos últimos 10 dias de maio e foram entrevistados 500 consumidores em diversos pontos de comércio da capital alagoana.
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