Filhos e empresário ainda não receberam seguro do carro de Cristiano Araújo, dizem advogados
Imbróglio entre herdeiros e empresário ao qual o veículo estava vinculado foi finalizado, mas valor de R$ 412 mil está na conta do inventário do artista, que ainda não foi concluído, afirma defensor.

Passados três anos da morte do cantor Cristiano Araújo em um acidente, na BR-153, em Morrinhos, região sul de Goiás, o valor referente ao seguro do veículo em que ele estava ainda não foi repassado aos beneficiários. Após um grande imbróglio, um empresário, que não quis ter o nome revelado e ao qual o bem está vinculado, e os responsáveis pelos dois filhos e herdeiros do artista chegaram a um acordo. Apesar disso, segundo os advogados das partes, a quantia, R$ 412 mil, precisou ser depositada na conta ligada ao processo do inventário do sertanejo, que tramita na Justiça em segredo.
O automóvel de luxo - Range Rover - era usado por Cristiano desde abril de 2015, dois meses antes do acidente, para viagens relativamente curtas a locais onde faria shows. Além dele, a namorada, Allana Moraes, também morreu. O empresário Victor Leonardo e o motorista Ronaldo Miranda, que também estavam no carro, ficaram feridos.
Até que o montante do seguro fosse liberado, o veículo foi alvo de uma intensa disputa entre as partes. Cristiano Araújo tem como herdeiros dois filhos, os pequenos João Gabriel, de 9 anos, e Bernardo, de 5. O empresário e os responsáveis pelas crianças apresentam versões diferentes em relação à posse do carro.
A advogada Marly Marçal, que representa o empresário, disse que seu cliente adquiriu o carro à vista, para uso próprio, mas que ficou apenas dez dias com o veículo. Temendo pela segurança de Cristiano, com quem trabalhava, ele resolveu cedê-lo para a realização das viagens.
"Um dia, meu cliente viu que o Cristiano estava indo para os shows em uma caminhonete mais velha. O Cristiano uma vez deu uma volta no carro e se apaixonou. Então, preocupado com a segurança dele, o empresário resolver repassar o veículo", disse Marly.
Ela explica que os dois fizeram um acordo informal para a aquisição do veículo. Cristiano pagaria, em dois meses, metade do veículo - R$ 200 mil. O restante, o empresário retiraria da parte de lucros da empresa que mantinha a carreira do artista, da qual eles e mais dois sócios faziam parte.
Imbróglio
Segundo Marly, o cantor morreu antes de fazer qualquer repasse e da transferência da propriedade do veículo. Em novembro de 2015, quando o veículo já tinha passado por todas as perícias, a advogada tentou retirar o carro do pátio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dar entrada no seguro, mas não conseguiu por questões burocráticas.
A defensora então foi à Justiça para obter a restituição. Nesse momento, outra personagem da disputa apareceu: a dentista Elisa Barbosa Leite, mãe de Bernardo e inventariante no processo que divide os bens do cantor. De acordo com o advogado dela, Luiz Fernando Freitas Pires, a mulher apresentou documentos para comprovar que o veículo pertencia ao cantor.
"Como o bem era usado pelo Cristiano e por haver menores (no caso, os herdeiros), o Ministério Público pediu para ouvir a inventariante. Ela alegou que o Cristiano tinha pago R$ 200 mil por parte do carro e que o menino e o irmão tinham direito ao valor", afirma.
A ação continuou correndo e em 15 de março de 2016 o juiz Diego Custódio Borges deu ganho de causa à Elisa. Com isso, os dois filhos do cantor teriam direito a R$ 100 mil cada um. Os outros R$ 214 mil deveriam ser repassados ao empresário. Uma semana depois, Marly retirou o carro e o entregou à seguradora.
"Meu cliente não gosta de conflito e, para evitar mais problemas, decidiu acatar a decisão e não recorrer mais. Eles fizeram uma reunião para formalizar o acordo", destaca.
Outro lado
O advogado de Elisa, Luiz Fernando Freitas Pires, diz que a história não ocorreu exatamente dessa forma. Segundo ele, Cristiano fez, sim, o pagamento relativo à metade do valor do veículo, tanto que a Justiça se posicionou a favor da questão. Além disso, ele destacou que outros fatores comprovam a questão.
"Nós comprovamos com documentos fornecidos pela família, algumas informações que a gente tinha na época e no processo que surgiu sobre a propriedade do veículo. Conseguimos provar que o veículo, apesar de estar em nome de uma empresa, não do falecido, que pertencia a ele", pontua.
O montante foi depositado na conta de Elisa no último dia 20 de março. Em seguida, seguindo determinação judicial, ela transferiu todo o valor para o espólio que consta no inventário.
Os herdeiros só podem ter acesso ao montante que lhes cabem quando o inventário for concluído, o que, segundo Pires, não deve ocorrer ainda neste ano.
Já o empresário, como não é herdeiro, pode fazer o pedido à Justiça para retirar sua parte. A advogada Marly Marçal disse que deve fazer a requisição nos próximos dias.
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