Economia

'Não dá para dizer que houve Black Fraude', afirma Reclame Aqui

Faturamento das vendas online superou o do ano passado por volta das 17h desta sexta

Por Folha de S. Paulo 23/11/2018 20h08
'Não dá para dizer que houve Black Fraude', afirma Reclame Aqui
'Não dá para dizer que houve Black Fraude', afirma Reclame Aqui - Foto: Reprodução/Folha de S. Paulo

O faturamento online da Black Friday de 2018 já superava às 17h de sexta-feira (23) os R$ 2,1 bilhões de vendas do evento do ano anterior, informou a consultoria Ebit|Nielsen, que monitora resultados do comércio eletrônico.

Se comparado o horário das 0h de quinta-feira até as 17h de sexta nos dois anos, período observado pela empresa, o avanço foi de 26% (os dados não consideram a inflação, que foi de 4,56% em 12 meses terminados em outubro).

Houve aumento tanto no número de pedidos como também no valor médio gasto por compra, aponta a consultoria.

Foram mais de 3,23 milhões de pedidos até as 17h, 14% a mais do que no ano passado.

O tíquete médio subiu para R$ 641, alta de 10%.

Ana Szasz, líder comercial para Ebit|Nielsen, diz que, com os resultados parciais, a Black Friday deve terminar com crescimento de dois dígitos.

O avanço deve ficar em linha com a expansão que o comércio eletrônico vem registrando no ano —no primeiro semestre, foram 12%.

Szasz diz que a quinta-feira (22) teve forte crescimento de vendas, de 42% em relação ao ano passado.

Itens de beleza (cosméticos e perfumes) foram os mais vendidos.

A partir das 20h, quando as lojas começaram a colocar suas promoções oficiais, consumidores deram mais atenção a produtos de maior valor e descontos mais vantajosos, como smartphones e eletrodomésticos, diz.

"O consumidor está mais exigente. Ele concentrou a compra na quinta e na sexta [para ter melhores descontos] e o varejo se preparou mais para isso", diz.

O aumento das compras foi acompanhado por mais queixas de consumidores, segundo o site Reclame Aqui, de registro de problemas de consumidores.

Segundo a companhia, foram 230 reclamações por hora, contra 199 em 2017.

A maior parte das queixas foi por propaganda enganosa (quando o desconto prometido é falso), responsável por 16,1% delas. Em seguida vieram divergência de valores na hora de fechar a compra (8,3%) e problemas de finalização de compra (7,1%).

Felipe Paniago, diretor de operações da empresa, diz que, em pesquisas feitas com ferramentas de tecnologia em redes sociais realizadas pelo Reclame Aqui, identificou-se que o brasileiro tinha expectativa mais positiva do que negativa em relação à Black Friday. Porém, durante a sexta, as visões negativas e positivas se equilibraram, conforme pare dos consumidores era frustrada pelo que encontravam de fato.

 "Ainda se erra muito na Black Friday, mas não dá para dizer que houve uma 'Black Fraude' como em outros anos. O saldo é mais positivo do que negativo", diz.

Paniago diz que 2018 teve como novidade aumento de reclamações relacionadas a compra de passagens aéreas. Isso acontece, diz, pela dificuldade de consumidores encontrarem as promoções que viram anunciadas na hora de buscar a oferta no site, o que é mais difícil no caso de viagens aéreas.