Mais conscientes, consumidores ficaram menos endividados em dezembro
Compras planejadas e poupança foram alguns fatores que contribuíram para a redução de 3,96% no indicador de consumo
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de Maceió demonstra que, devido ao período de crise, os consumidores da capital aprenderam a utilizar melhor o orçamento. Isto porque de acordo com o levantamento realizado pelo Instituto Fecomércio AL, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o endividamento dos consumidores da capital alagoana caiu cerca de 3,96% em dezembro.
“Considerando que a reta final do ano é propícia a gastos maiores, até pela dinâmica econômica fomentada pelo 13º salário, é comum o endividamento aumentar no período. No entanto, surpreendentemente, dezembro passado apresentou redução neste indicador. Isso é reflexo de um comportamento mais contido do consumidor, que optou por planejar melhor seu orçamento, comprando sem impulso e poupando parte da verba”, analisa Felippe Rocha, assessor econômico da Federação do Comércio do Estado de Alagoas (Fecomércio AL).
Neste cenário, há um forte indicativo de que as vendas se elevaram no período, mas as compras foram realizadas preferencialmente à vista. A própria pesquisa da Fecomércio, que mensurou a intenção de consumo das famílias no mesmo mês, apontou que houve uma redução na demanda de crédito para financiamento de pagamentos a prazo.
Além das compras terem sido realizadas à vista, boa parte do 13º salário foi utilizado para quitar dívidas. “A própria redução de 3,96% entre os meses demonstra isso. Na variação anual, o nível de endividamento de dezembro de 2018 está apenas 1,65% acima de dezembro de 2017”, observa Felippe.
O número de consumidores que estavam pagando as contas, mas com atraso, reduziu cerca de 8,62% entre novembro e dezembro. Ao longo de 12 meses, o volume dos que estavam pagando as contas em atraso e passaram a quitar no dia do vencimento teve redução de 29,36% (dez/18 ante dez/17). Também ocorreu expressiva redução dos inadimplentes, ficando em 12,13% na variação mensal, mesmo que estejamos 6,63% acima do nível de inadimplência apresentado em dezembro de 2017.
“Por todo esse contexto, podemos afirmar que, em dezembro, os consumidores preferiram pagar suas dívidas ou parte delas, quitando o cartão de crédito, livrando-se da prestação de um carro, imóvel, de um empréstimo, ou até carnês de loja. E, para se manterem aliviados, sem peso no orçamento, compraram presentes à vista”, explica o economista.
Para os que continuam endividados, o peso no orçamento continua sendo o uso do cartão de crédito. Para 89,5% dos entrevistados, esse é sua principal dívida, apontando aumento de 0,7% em relação ao mês de novembro. Os carnês de loja são o segundo motivo e representam 6,9% das dívidas dos consumidores da capital; redução de 1,3% (nov). O crédito pessoal, que geralmente figura em quarto lugar, em dezembro aparece para 5,6% dos consumidores, apresentando aumento de 2,1% na demanda desse instrumento.
Em termos de inadimplência, a pesquisa aponta, agora em janeiro, dos 589 (16,4%) consumidores entrevistados que afirmaram se estar nesta situação, apenas é de 1,2% disseram ter condição de sair dela. Já os que poderão sair parcialmente da inadimplência somarão 9 mil (18,8%). Por óbvio, como é pagamento parcial, ainda permanecerão inadimplentes. Já 68,1% indicaram que não tem como pagar a dívida, nem parcial e nem integralmente.
A dívida em atraso permanece, sem pagamento parcial ou integral, com média de 79 dias. Os consumidores endividados que pagam em dia, na média, estão passando cerca de 6,5 meses pagando seus compromissos financeiros. Em termos de comprometimento da renda com dívidas, há comprometimento de 25,7% da renda; fato considerado saudável em termos de Gestão Financeira.
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