Morte de ativista que liderou denuncias contra João de Deus gera comoção na internet
ONG em que Sabrina Bittencourt atuava informou que ela se suicidou em Barcelona, Espanha; filho afirma que foi no Líbano
O anúncio da morte da ativista Sabrina Bittencourtpromoveu uma onda de solidariedade nas redes sociais, mas também se multiplicaram informações desencontradas sobre o caso. Inicialmente, a ONG Vítimas Unidas foi quem confirmou publicamente a morte da ativista. Sabrina ajudou a reunir centenas de denúncias de mulheres que afirmam terem sido abusadas pelo médium João de Deus.
Segundo a ONG, Sabrina cometeu suicídio na noite de sábado, dia 2, em Barcelona, onde estaria vivendo. Horas depois, o filho mais velho da ativista, Gabriel Baum, publicou em sua rede social que a mãe teria morrido no Líbano. Neste intervalo, O GLOBO tentou confirmar a morte de Sabrina com o consulado de Barcelona, sem sucesso.
De acordo com Gabriel Baum, em entrevista à "Época", o velório da mãe "acontecerá em dois ou três dias" no Líbano, a depender do tempo para o embalsamento do corpo a partir de uma "técnica ancestral". Ele afirmou que, no momento da entrevista, estava na Itália prestes a pegar um barco em direção ao Líbano. Também deve participar do velório, segundo ele, a namorada de Sabrina, uma atleta de ascendência libanesa e francesa de 32 anos. Gabriel Baum não quis identificá-la.
Nas redes sociais, a comoção foi enorme. Mulheres que, ao longo dos últimos seis meses, entraram em contato com O GLOBO para contar terem sido vítimas de João de Deus e de outros líderes espirituais enviaram mensagens mostrando preocupação e carinho com a ativista.
"Quero acreditar que ela conseguiu uma medida protetiva. Que ganhou outra identidade e que agora conquistou a paz para cuidar de seus filhos", desabafou uma das mais de 20 mulheres que entraram em contato com a reportagem.
Possível outra identidade
A hipótese de uma nova identidade ganhou força a cada minuto que passava sem que o corpo de Sabrina desse entrada em algum hospital ou chegassem notícias sobre o velório. Na noite de domingo, Gabriel disse em seu perfil em uma rede social que ela seria enterrada "debaixo da sua oliveira".
"O corpo é dela (não é de) nenhum governo, youtuber, jornalista sensacionalista e gente corrupta de m... (que) vai agora querer caçar também o corpo dela! Deixem minha mãe em paz. Vocês não fizeram nada de bom por ela em vida e, agora, não farão depois de morta!", escreveu Gabriel.
As preocupações com a segurança da ativista por parte de amigos e conhecidos decorrem do fato de ela ser considerada “imparável”, termo que ela própria usava para se definir. Fundadora do COAME (Combate ao Abuso no Meio Espiritual), Sabrina era uma espécie de canal para que vítimas de abuso sexual conseguissem levar seus casos à Justiça e à imprensa.
Em todos os contatos com a reportagem do GLOBO nos últimos meses, Sabrina relatou estar sobrecarregada, costumava afirmar que não estava dormindo ou que teria sido internada por algum problema de saúde causado pela pressão que dizia sofrer.
Também dizia que se mudava a cada par de semanas para seu endereço não ser identificado. Ela constantemente relatava sofrer ameaças de morte — a ela e aos seus filhos. Em entrevistas nos últimos meses, Sabrina também afirmou que sofria de câncer linfático.
No domingo, o paradeiro de Sabrina também foi tema de discussão depois de um colega seu postar uma foto no sábado onde ela aparecia em Angola. Consultado pelo "Uol", ele afirmou que a imagem fazia parte da estratégia de Sabrina para despistar seu paradeiro: colegas postavam fotos com ela como se fossem recentes, mas ela estaria em outro lugar, bem distante do que o registro visual sugeria.
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