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Simulado de desocupação do Pinheiro terá até 20 equipes percorrendo o bairro

Reunião nesta segunda-feira (4) debateu interdição de ruas e mobilização da população durante o exercício

Por Agência Alagoas 04/02/2019 13h01
Simulado de desocupação do Pinheiro terá até 20 equipes percorrendo o bairro
Coordenador da Defesa Civil Estadual, tenente-coronel Moisés Melo, explicou como vai funcionar a estratégia de evacuação de bairro - Foto: Gabriel Fireman

O simulado de desocupação do Pinheiro, em Maceió, terá entre 16 e 20 equipes percorrendo o bairro no dia 16, a partir das 15h. Nesta segunda-feira (4), durante reunião realizada no quartel do 59º Batalhão de infantaria motorizada, base de operações da coordenação do Plano de Contingência do Pinheiro, alguns detalhes do simulado foram debatidos, como o acesso das equipes ao bairro, a interdição de ruas e o trabalho de deslocamento da população aos seis pontos de apoio designados para situações de emergência.

“Estamos definindo os últimos detalhes do simulado. É importante que a população tome conhecimento que, no dia 16, das 15h às 16h, nós teremos um grande evento de evacuação. Será o maior treinamento já realizado no Estado de Alagoas envolvendo todos os órgãos estaduais, municipais e federais e, principalmente, a população do bairro do Pinheiro. As viaturas da Polícia Militar, do Exército, Defesa Civil e vários órgãos civis e militares estarão conduzindo a população aos pontos de encontro, onde serão recepcionados pelos agentes municipais. Também haverá a varredura no bairro, para casos de algum retardatário querer se deslocar”, explicou o coordenador da Defesa Civil Estadual, tenente-coronel Moisés Melo.

“Nós teremos entre 16 e 20 equipes distribuídas em quatro comboios circulando em todo o bairro do Pinheiro, fazendo a varredura do centro para as extremidades. Mas o mais importante é que a população saia de casa e possa se deslocar até os pontos de encontro”, ressaltou Melo.

Os pontos de encontro estabelecidos para o simulado são o terminal de ônibus do Sanatório, na rua Belo Horizonte, a Casa Vieira, na rua Tereza de Azevedo, a área das concessionárias Volkswagen e Hyundai, na avenida Fernandes Lima, o Cepa, também na Fernandes Lima, o Instituto do Meio Ambiente (IMA), no Mutange, e a Praça Lucena Maranhão em Bebedouro.

A princípio, o simulado deverá contar com a atuação de 500 integrantes da Defesa Civil Municipal e Estadual, Polícia Militar, Exército Brasileiro, Corpo de Bombeiros, Grupamento Aéreo da Polícia Militar, Cruz Vermelha, Samu, entre outras instituições, como Casal e Algás. Para o exercício, o Exército Brasileiro disponibilizou, além da estrutura onde funciona o comando da chamada Operação Pinheiro, quatro viaturas Marruá, uma caminhonete e aproximadamente 80 homens.

Em caso de uma situação real de emergência na região, o Exército colocará à disposição da Operação Pinheiro uma companhia inteira de fuzileiros, com 150 homens, uma equipe médica formada dois médicos, dois enfermeiros e dois auxiliares, uma equipe de comunicação social com três oficiais, dez viaturas entre veículos pesados, caminhonetes e ambulâncias, todos com motorista. A Defesa Civil Municipal deverá atuar com cerca de 30 agentes, que vão se somar aos 100 agentes da Defesa Civil Estadual.

“O ponto de encontro será o quartel do Exército, até mesmo pela proximidade com o bairro. Daqui sairão os quatro comboios. Dois deverão se direcionar para o Posto Convém e dois diretamente para a rua Belo Horizonte. Então, faremos essa varredura com tudo previamente ensaiado. E os pontos de encontro estarão com médicos, enfermeiros, ambulâncias e a Defesa Civil Municipal”, disse o coordenador da Defesa Civil Estadual.

A Polícia Militar deverá atuar no simulado de desocupação com quatro guarnições do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), quatro guarnições do 4º Batalhão, quatro guarnições do Batalhão de Polícia Escolar (BPEsc) e duas guarnições do Batalhão de Radiopatrulha (BPRp), além de trios de motocicletas espalhados pelo bairro. Os militares ficarão responsáveis pela sinalização e bloqueio das vias onde o simulado vai acontecer, bem como pelo isolamento das áreas de apoio, locais de simulação de atendimento médico e acompanhamento da saída dos comboios.

O Corpo de Bombeiros trabalha o tamanho do efetivo que será aplicado no simulado de desocupação, dependendo da viabilidade de uma simulação de resgate em algumas residências já desocupadas no bairro. A corporação já confirmou a presença de cinco viaturas de resgate e combate a incêndios e uma viatura operacional. A Força Aérea Brasileira enviará duas viaturas, um médico e um enfermeiro para participar do simulado, bem como já garantiu o espaço aéreo para o trabalho das aeronaves que deverão sobrevoar o bairro do Pinheiro durante o exercício. A Cruz Vermelha confirmou o envio de 100 voluntários para o simulado e disponibilizou suas instalações e uma cozinha industrial para atendimento a desabrigados em uma situação real de emergência.

“A população só poderá sair do bairro, não poderá entrar. Isso será amplamente divulgado. Esse treinamento será repetido anualmente, enquanto não soubermos a causa e a solução para o fenômeno no bairro do Pinheiro. Boa parte da população da área vermelha já foi retirada e estamos trabalhando fortemente para que toda a população possa sair o bairro do Pinheiro”, informou o tenente-coronel Moisés Melo.

De acordo com dados mais atualizados da Defesa Civil Municipal, das 493 residências incluídas na área de alto risco de desabamentos no bairro do Pinheiro, 410 já foram desocupadas e 317 cadastros para o aluguel social já foram encaminhados para o Governo Federal, responsável pela liberação de recursos. A expectativa é de que o simulado do dia 16 conte com a participação de até três mil moradores do bairro.

“Está sendo trabalhada a questão do policiamento para que possamos evitar saques nas residências e tudo está sendo muito bem elaborado e apresentado para a sociedade. É importante esse monitoramento constante e contínuo pela Defesa Civil Municipal. Será instalada em Maceió uma sala de monitoramento específica para o bairro do Pinheiro. É importante que a população saiba que o risco existe, mas que estamos trabalhando a parte preventiva para evitar danos maiores”, afirmou Moisés Melo.