"Ele não era estuprador", diz família de agente alagoano morto por PM do Acre
Irmã de Walter Freitas contou que ele foi espancado e seu corpo foi jogado no mar
“Foi cruel o que fizeram com meu irmão”, essas são as palavras de Katia de Freitas Souza, que teve o irmão assassinado na madrugada do dia 28 de janeiro deste ano. Luiz Walter Freitas de Souza, de 46 anos, foi morto nas proximidades da Feirinha da Pajuçara, em Maceió. No dia crime, um policial militar do Acre, foi preso por envolvimento na morte do agente penitenciário.
Erisson de Souza Cabral alegou à polícia que a vítima teria tentado estuprar sua esposa e apontando uma arma para o casal. Ele, em legítima defesa, teria partido para cima de Luiz Walter e entrado em uma luta corporal. Até que o militar desferiu contra a vítima uma coronhada que levou o homem de 46 anos a óbito.
A família, porém, contesta essa versão. Ao 7Segundos a irmã de vítima contou nova versão sobre o fato podendo causar reviravolta no cursos das investigações.
Dia do crime
Kátia contou que seu irmão estava ingerindo remédios controlados em razão da morte de sua esposa, vítima de um câncer de mama. A companheira de Luiz Walter morreu no dia 19 de janeiro. Na missa de sétimo dia, os familiares perceberam que Walter estava um pouco depressivo por conta da perda.
Em conjunto, eles decidiram procurar ajuda médica para o agente penitenciário. No dia 28, data de sua morte, além da medicação, Walter acabou ingerindo bebida alcóolica e teve um surto. Durante o urto, ele decidiu deixar a casa da mãe, onde estava passando uma temporada, portando uma arma de fogo.
Percorreu por ruas na orla de Maceió e, segundo Kátia, Luiz Walter chegou à Feirinha da Pajuçara por volta de 1h, quando avistou o PM do Acre, Erisson de Souza, outro homem e uma mulher - susposta esposa do policial - praticando sexo na areia da praia. “Meu irmão se aproximou e acho que incomodou eles”, explicou Kátia. Ela acredita que foi nesse momento que o PM partiu para luta corporal. Mas sobre a versão de Erisson, de que a coronhada teria matado Walter, ele não acredita ser verdadeira. Ela acredita que o irmão foi morto com chutes e pedradas desferidos pelos dois homens.
“Foi cruel demais. Ele como PM poderia ter apenas imobilizado o meu irmão e chamado uma guarnição, e não cometer uma brutalidade dessas”, relata Kátia que disse ainda estar a base de medicamentos desde o dia do crime.
A irmã de Luiz Walter falou ainda que garis, um vigilante da feirinha e um casal de moradores de rua presenciaram toda a cena no local. Kátia contou que as testemunhas pediram para que o PM e o amigo parecem com as agressões, sem sucesso. Segundo Kátia, integrantes de uma guarnição da Polícia Militar também presenciou o fato e um deles teria atirado para o alto. Nem mesmo o disparo teria intimidado os agressores.
Kátia de Freitas disse que após o espancamento, os dois homens arrastaram o corpo de seu irmão e jogaram no mar, e que o corpo foi retirado pelos garis e o casal de moradores de rua que presenciaram tudo.
Investigação
Os familiares do agente penitenciário, que atuava no Juizado da Infância de Proteção ao Menor, na Ponta Verde, pedem Justiça. A família acredita que houve negligência por parte da delegada responsável pelo caso. Kátia afirmou que a família um pedido de afastamento da delegada responsável pelo caso foi elaborado. Enaquanto a PC investiga, Erisson de Souza retornou ao Acre.
É também de Kátia a informação de que a mulher, susposta esposa do PM e que teria, na versão do suspeito, sido estuprada por seu irmão, se negou a realizar o exame conjunção carnal, que confirma ou não a prática do abuso sexual. Kátia disse ainda que o paradeiro da mesma mulher é desconhecido.
A irmã de Luiz Walter garante ainda que a cena do crime foi alterada e contesta o relatório da Polícia Militar (Boletim de Ocorrência), que diz que o agente penitenciário teria sido morto por uma coronhada. Ele reafirma que que o irmão foi assassinado a pedradas e teve o corpo jogado no mar. “No laudo do IML, consta que meu irmão foi morto por espancamento e hemorragia interna dos órgãos. Então queremos a verdade, meu irmão não é um estuprador”, garantiu Kátia.
Luta pela inocência
O Ministério Público Estadual abriu novo inquérito para apurar o caso. “Quando se mata um animal, existe uma investigação e um resultado. E porque não há com um homem de família, que teve a vida tirada de forma cruel?”, questionou Kátia Freitas, que lembrou ainda que dois dias antes do crime, Luiz Walter, estava completando mais um ano de vida.
“Foi uma injustiça. Isso não se faz com um ser humano”, disse ela.
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