Aldo Rebelo, alagoano e ex-ministro de diversas pastas nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, defendeu o presidente Jair Bolsonaro, na crise que está ocorrendo na Amazônia em uma polêmica entrevista à BBC News Brasil nesta quarta-feira (28).

O político disse que o presidente "muita razão" ao dizer que só aceita a ajuda financeira oferecida pelo G7 para a Amazônia se Emmanuel Macron, presidente francês, pedir desculpas.  

Rebelo, no entanto, frisa que sua posição em relação à soberania brasileira sobre a Amazônia não significa um endosso ao governo Bolsonaro ou a "sua política externa desorientada".

Apesar de concordar pontualmente com a postura de Bolsonaro em relação a Macron, Rebelo também avalia que o Palácio do Planalto agravou a situação por incapacidade de lidar com a pressão. "Bolsonaro foi inábil ao não contornar essa circunstância."

"O Estado abandonou. Aí, quem surge no lugar do Estado? As ONGs, claro. Você vai se queixar das ONGs quando você não cumpre seu papel? Ela (ONGs) faz um papel suplementar e vai querer tutelar, vai querer se meter. Pelos melhores e pelos piores motivos."

Sobre a onda de críticas que recaiu sobre o Brasil nas últimas semanas tendo como centro a questão amazônica, Rebelo diz que a pressão internacional sobre a região sempre existiu e um acirramento seria previsível, mas a reação de Bolsonaro piorou as coisas.