Poder Público e moradores discutem a situação da Orla Lagunar de Maceió
Audiência convocada pelo vereador Lobão aconteceu na manhã desta quinta-feira na sede da Câmara em Jaraguá
Na manhã desta quinta-feira (12), a Câmara Municipal de Maceió realizou audiência pública para debater a situação da Orla Lagunar e da Lagoa Mundaú. O debate foi proposto pelo vereador Anivaldo Lobão (PR) e aconteceu no Plenário Silvânio Barbosa, no Jaraguá.
O parlamentar explica que a Lagoa Mundaú precisa ser vista com mais atenção pelos governantes porque é um local de muito potencial para o turismo e de desenvolvimento cultural maceioense.
“O potencial é tremendo, mas não valorizamos e o Poder Público tem um grande desafio social para reverter a atual situação do local. Precisamos transformar nossa região em um espaço que proporcione moradia, emprego e renda para aquelas famílias. Faço o meu papel dentro do que é possível, mas é preciso que a Prefeitura e o Governo do Estado tomem uma atitude quanto a isso porque a situação é de emergência”, declarou.
Segundo representantes da Secretaria Municipal de Habitação Popular, o Projeto Vilas do Mundaú faz parte da política de moradia e é executado com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida. Através dele, serão construídas 1776 novas unidades habitacionais para beneficiar moradores da Orla Lagunar que ocupam os assentamentos Muvuca, Sururu de Capote, Mundaú e Torre. O projeto é orçado em R$142 milhões e envolve a construção das unidades habitacionais e uma obra de revitalização da Orla Lagunar. As obras foram iniciadas em 2019 e seriam finalizadas em 2 anos, mas com as revisões de contrato do Programa Minha Casa Minha Vida, o prazo será recalculado. Ainda de acordo com representantes da secretaria, assim que as verbas forem enviadas para a Prefeitura de Maceió, as obras serão retomadas.
Complementando a colocação dos representantes da Secretaria de Habitação, o secretário de planejamento urbano da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (SETED), Tarcio Rodrigues, explicou o novo plano diretor com o projeto de urbanização da Orla Lagunar.
REINVENTAR - “Em termos de ações de planejamento urbano, há um novo plano diretor que será enviado à Câmara contendo ações mais efetivas para a região. Nele, há o projeto de urbanização para viabilizar a relocação da população que habita a beira da lagoa para uma área próxima. Foi pensado em eliminar uma das faixas da via daquela região, já que não há um trânsito intenso no local, e relocar a população para o outro lado da pista para realização de obras de contenção e requalificação de toda a orla”, explicou.
Isadora Padilha, presidente do Instituto para o Desenvolvimento das Alagoas (IDEAL) e fundadora do Movimento dos Povos das Lagoas, por meio de dados, evidenciou que a Orla Laguna se estende do bairro do Pontal da Barra ao Rio Novo, tem aproximadamente 24 km de extensão e 130.600 habitantes. Diante disso, ela disse que é preciso reinventar esse cenário porque as lagoas são o início da história de Maceió, da abundância cultural, do patrimônio da cidade e são locais de projetos governamentais que não estão sendo apresentados pra população.
Adeilton Ferreira, morador do Vergel, sugeriu que Poder Público, junto com os líderes comunitários, desenvolva um trabalho educativo com foco na limpeza urbana, de forma que o lixo produzido na região seja reduzido. Samuel Drummond pediu o apoio dos vereadores para rever a relocação dos moradores da Orla, a limpeza urbana, o saneamento, o atendimento básico de saúde, entre outras questões.
COMPROMETIDO – Para o vereador Francisco Sales (PPL) a situação da Orla Lagunar é extremamente crítica e é preciso que projetos saiam do papel, caso contrário o futuro da nova geração será comprometido.
“A minha missão sempre foi defender e proteger a Lagoa Mundaú, eu nasci e me criei em um bairro às margens da Lagoa. Os projetos que trazem desenvolvimento para a cidade e mudam as vidas da população não se tornam realidade e isso é muito sério porque fere o direito das pessoas de terem uma vida digna. É preciso abrir espaço para discutir sobre a região lagunar, caso contrário, o futuro das novas gerações estará comprometido”, finalizou.