Maceió

Jornalista do 7Segundos relata experiência após se curar da Covid-19

Berg Morais está curado e conta como foi enfrentar a doença

Por 7Segundos 05/06/2020 17h05
Jornalista do 7Segundos relata experiência após se curar da Covid-19
Berg Moraes contou os dias no hospital e alegria com a notícia da cura - Foto: Cortesia

Mais do que números, os casos confirmados de coronavírus se referem a vidas, histórias e sentimentos. Apesar de a taxa de mortalidade ser baixa e de maior risco para alguns grupos, a doença preocupa. Mas pode ser vencida se tratada corretamente e respeitando as medidas indicadas pelas autoridades de saúde. Berg Morais, jornalista do 7Segundos está entre os mais de 7.800 alagoanos que se recuperaram da doença.

Após passar uma semana com sintomas gripais, o jornalista começou a sentir uma leve falta de ar quando respirava. “Fiz uma tomografia do tórax por conta própria e foi identificado que 40% dos meus pulmões estavam comprometidos. Entrei em contato com minha cardiologista e, ao ver o exame, ela recomendou que eu fosse imediatamente para um hospital”.

Berg disse que se assustou ao chegar ao pronto atendimento de um hospital particular na capital notou que o local estava lotado.  “Muitas pessoas com queixas dos sintomas da Covid-19. Eram muitos idosos. Enquanto aguardava atendimento, conversei com algumas pessoas. O sentimento era de que quem entrasse para internamento, a chance de sair era mínima. Minha família estava desesperada porque enquanto eu estava na recepção do hospital com outras dezenas de doentes, a televisão mostrava uma reportagem com o aumento do número de mortes por coronavírus”.

Para o jornalista, os primeiros dias foram os mais difíceis. O cansaço era intenso, somado com a dificuldade de ir ao banheiro e até para tomar água. Isso acumulava com o exaustivo tratamento.

“Os medicamentos são muito fortes e acabam gerando outros problemas, como desconforto gastrointestinal, por exemplo. Mesmo com tantos medicamentos, a doença avançava e cheguei a ficar no oxigênio por pelo menos dois dias. Os médicos realizaram exames e, além de aumentar as doses dos antibióticos, acrescentaram corticóides. Foi aí que comecei a melhorar a partir do quarto dia”, relatou.

Ele destacou o trabalho dos profissionais de saúde. “Estão do lado, praticamente 24 horas, monitorando os sinais vitais e falando palavras de conforto e superação. São histórias contadas sobre outros pacientes que acabam ficando eternizadas, pois em cada palavra de esperança vinha a certeza de que havia, sim, chance de sair dali mais forte em todos os sentidos”.

No sétimo dia, após avaliação médica, ele recebeu a notícia de que receberia alta.

“A emoção é tão grande que não vem outra coisa na cabeça a não ser a vontade de abraçar os familiares e pessoas que estavam longe e que também sofriam de ansiedade aguardando uma boa notícia. Quando o médico entregou os exames e disse que eu já podia ir, não esperei tirarem nem os acessos venosos, levantei e já queria ir embora. Ia esquecendo no apartamento roupas, carregadores de celular e outras coisas pessoais”, relembrou.

Na saída, agradeceu e parabenizou os profissionais que estavam na linha de frente arriscando a própria vida para salvar desconhecidos.

Berg deixou uma reflexão sobre a Covid-19. “O vírus é perigoso, muito agressivo. A gente acaba pensando que é fácil quando está de fora, mas quando está lá dentro, percebe que cada segundo está sendo o último. É extremamente importante que as pessoas fiquem em casa, que entendam a gravidade do problema. Os profissionais da saúde estão exaustos, os hospitais ficando sem leitos, vidas estão sendo perdidas a cada dia e isso só será freado quando a sociedade seguir as medidas sanitárias e ficar em casa”.