Queiroz ajudou esposa de Flávio Bolsonaro a quitar cobertura, diz MPRJ
Ao todo, as transações recebidas geraram crédito de R$ 111,7 mil, o suficiente para cobrir as despesas da cobertura

Oex-assessor Fabrício Queiroz depositou R$ 25 mil em dinheiro na conta da esposa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) uma semana antes de o casal quitar a primeira parcela na compra de uma cobertura em construção no Rio de Janeiro. O Ministério Público estadual descobriu a transação ao quebrar o sigilo bancário, junto com outras movimentações de Fernanda Bolsonaro, feitas como pagamento de entrada do imóvel. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Entre os valores, há o depósito de R$ 12 mil em dinheiro com identificação anônima. Segundo a promotoria, antes do filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pagar R$ 110,5 mil como entrada, em 2011, houve diferentes transações na conta de Fernanda. O primeiro foi realizado por Queiroz.
Dias depois, a esposa de Flávio recebeu R$ 74,7 mil de resgate de aplicações em fundos e um novo depósito em espécie sem identificação. Ao todo, as transações recebidas geraram crédito de R$ 111,7 mil, o suficiente para cobrir as despesas da cobertura, avaliada em R$ 110.520.
Queiroz é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) como o operador financeiro do esquema de “rachadinha” no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Atualmente, ele está em prisão domiciliar concedida pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Esse não é o primeiro indício que liga Queiroz às despesas pessoais de Flávio. O MPRJ obteve também imagens da agência bancária do Itaú na Assembleia Legislativa do Rio em que mostra o ex-assessor pagando em dinheiro a mensalidade escolar das filhas do senador, em outubro de 2018, período eleitoral. A mesma situação se repetiu em outros 53 boletos da escola, entre 2014 e 2018, somando R$ 153,2 mil.
O Ministério Público indica também indícios de lavagem de dinheiro em outros dois apartamentos e uma loja de chocolate do senador, avaliados em R$ 2,3 milhões, segundo os promotores.
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