Justiça vai ouvir pela 1ª vez acusados de roubar 780 kg de ouro e joias em Cumbica
5 réus estão presos, 1 está foragido e 1 morreu. Bens avaliados em R$ 125 milhões não foram recuperados.
Em agosto, a Justiça vai ouvir pela primeira vez, por videoconferência, os acusados de roubo e sequestro no caso dos mais de 780 kg de ouro, joias e relógios de luxo levados, no ano passado, do terminal de cargas do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo (veja vídeo acima).
Os crimes ocorreram em 25 de julho de 2019 e completam um ano neste sábado (25). Nesse período, os objetos avaliados em R$ 125 milhões nunca foram encontrados ou recuperados.
As audiências judiciais estão marcadas para meados de agosto, segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo. Elas serão virtuais, feitas em vídeos pela plataforma Microsoft Teams, por dois motivos:
O primeiro é o retorno gradual de funcionários às atividades de trabalho em fóruns em razão da pandemia de coronavírus.
O segundo envolve questões de segurança devido à periculosidade dos réus.
Uma das teleaudiências será conduzida por um juiz do fórum de Guarulhos. Ela deverá ocorrer no dia 28 de agosto, quando serão ouvidas testemunhas, vítimas, réus e acusação e defesa. Essa etapa do processo precede o julgamento, no qual o magistrado decidirá se condena ou absolve os acusados.
Oito investigados
Dos oito investigados por assalto e sequestro no caso, seis são réus pelos crimes. Cinco deles estão presos preventivamente até serem julgados.
Outros dois são procurados pela polícia (um é réu foragido com prisão preventiva decretada; outro é investigado como suspeito). Como mais um acusado, que estava em prisão domiciliar, morreu em junho deste ano por doença, as ações penais contra ele foram extintas (leia abaixo).
A quadrilha é acusada de roubar 770 quilos de ouro que iam para os Emirados Árabes, 15 quilos de esmeralda que seguiriam para a Índia, e 18 relógios de grife que teriam a Suíça como destino.
Câmeras de segurança gravaram o assalto, considerado cinematográfico pela polícia. Elas mostram criminosos armados com fuzis, usando toucas, disfarçados com uniforme de policiais federais, além de usarem viaturas clonadas da Polícia Federal (PF).
O roubo
Polícia de SP prende suspeito de ser o mentor do roubo de 780 quilos de ouro, joias e relógios em aeroporto
Segundo a investigação, o bando teria planejado o roubo desde 2017, cooptando funcionários do aeroporto. O objetivo era ter facilidades para acessar o hangar onde estavam guardados ouro, joias e relógios.
Lá eles fizeram outros empregados reféns. As vítimas foram libertadas posteriormente, sem ferimentos.
A carga roubada foi colocada na caçamba de uma caminhonete falsa da PF. Em seguida, a quadrilha levou o veículo até um imóvel na Zona Leste de São Paulo.
Nesse local, o ouro, as joias e os relógios foram transferidos para outros dois veículos, que os criminosos usaram para ir a um segundo imóvel na mesma região, onde os objetos de valor foram colocados dentro de uma ambulância.
O roubo não teve tiroteio ou feridos e repercutiu na imprensa internacional por causa da ousadia dos criminosos. Alguns jornais chegaram a comparar a ação a assaltos vistos em filmes ou séries, como 'La casa de papel,' da Netflix.
Ouro, joias e relógios
Os bens roubados nunca foram encontrados ou recuperados. A Polícia Civil ainda investiga o assalto e busca de pistas para tentar localizá-los.
“As investigações do caso continuam em andamento e visam também a recuperação dos bens subtraídos”, informa nota da assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Uma suspeita é de que o ouro levado tenha sido derretido para facilitar a revenda a outros países, juntamente com o transporte das joias e relógios. A investigação apura, por exemplo, se o material foi exportado para China em filetes escondidos dentro de celulares.
O assalto causou prejuízo milionário para sete empresas. Mas, segundo policiais, o material roubado teria seguro.