Política

Deputados estaduais discutem parcialidade de Renan Calheiros na CPI da Covid-19

Clima de animosidade tomou conta da sessão desta terça-feira (27)

Por 7Segundos 27/04/2021 11h11 - Atualizado em 27/04/2021 12h12
Deputados estaduais discutem parcialidade de Renan Calheiros na CPI da Covid-19
Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE/AL) - Foto: Ilustração ALE/AL

Os deputados estaduais de Alagoas discutiram, na sessão da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), desta terça-feira (27), a parcialidade do senador Renan Calheiros (MDB) nas investigações da CPI da Covid-19.

A sessão foi marcada por animosidades entre os representantes da casa. O deputado Davi Maia (DEM), iniciou a sua fala questionando a transparência da gestão estadual nas informações referentes a chegada vacinas

“Nós precisamos saber objetivamente o critério de como foram distribuídas as vacinadas no estado de Alagoas. Faz uma semana que eu me detenho a analisar o portal de Alagoas sobre o Covid e lá não existe nenhuma informação, dizem que Alagoas recebeu 619 mil vacinas, você clica lá e não dizem nada”, disse.

Continuando com o seus questionamentos, Davi Maia pediu maior clareza no critério de distribuição para os municípios, pedindo maiores informações sobre como os municípios são escolhidos e o porquê. Finalizando a sua fala, o deputado alegou não concordar com Renan Calheiros como relator da CPI.

“E mais uma vez, Renan Calheiros não pode ser relator da CPI lá no senado, sei que a gente tá distante do apogeu do senado, mas fique aqui mais um protesto”, afirmou.

Feita de maneira despretensiosa e sem se prolongar no assunto, a sua fala gerou um clima de animosidade entre os demais deputados e este acabou se tornando o principal tópico debatido durante a sessão.

O presidente da ALE, Marcelo Victor (Solidariedade), criticou o questionamento apontado por Maia e afirmou se tratar de uma mitigação do mandato de Renan Calheiros.

“Sobre a observação de vossa excelência, no impedimento de Renan Calheiros de ser relator da CPI, isso é mitigação de mandato eletivo, absurdo. O senador foi eleito com todos os seus direitos políticos preservados, o senador que já exerceu por quatro oportunidades a presidência do congresso e ter o seu mandato mitigado não pode ser aplaudido”, afirmou Marcelo Victor

Em seguida, Davi Maia se manteve firme em seu posicionamento e criticou a falta de parcialidade de Renan Calheiros nas investigações, alegando não ser possível investigar seu próprio filho.

“Porém o congresso e o senado mais do que ninguém sabe sim da parcialidade do senador do Renan Calheiros, como é que o senador Renan Calheiros pode ser relator de uma CPI que irá investigar entre outros o seu filho. Não pode o Renan Calheiros, investigar o Renan Calheiros. isso é uma coisa simples”, afirmou Davi Maia

Sem deixar o assunto acabar, Marcelo Victor saiu em defesa da permanência de Renan Calheiros enquanto relator da CPI e afirmou ser cabimento do Senado resolver esta discussão.

“Não, ele pode ser relator, esse é o meu entendimento, e eu vou continuar defendendo, ele pode ser ele e qualquer um dos 81, só não pode ser o presidente porque o regimento impede. Quem deve discutir é ou não é o senado, não é o judiciário”, argumentou.

Até o final da sessão, os deputados estaduais prosseguiram com o debate, sem chegar a um final conclusivo sobre o assunto.