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“A Braskem comprou muitos silêncios”, diz Lenilda Luna em sabatina no Mira da Notícia

Declaração foi feita pela candidata ao programa na noite desta quarta-feira (18)

Por Douglas Henrique* 18/09/2024 20h08 - Atualizado em 19/09/2024 11h11
“A Braskem comprou muitos silêncios”, diz Lenilda Luna em sabatina no Mira da Notícia
Candidata à prefeitura de Maceió, Lenilda Luna (UP) - Foto: Reprodução/Vídeo

Em entrevista ao programa Na Mira da Notícia desta quarta-feira (18), a candidata à Prefeitura de Maceió, Lenilda Luna (UP), fez duras criticas à atuação da Braskem no desastre ambiental na capital e como a empresa lidou com a situação, nas diferentes áreas da sociedade atingidas.

Segundo a convidada da sabatina, várias vítimas da catástrofe estão lutando para trazer repercussão sobre os desdobramentos do caso e não ficando mais quietas em relação ao tema.

“A Braskem comprou muitos silêncios. E agora temos algumas vítimas tentando gritar. Então algumas pessoas que quebram esse silêncio, que estão lutando para chamar atenção sobre o assunto, porque é uma luta de uma população pobre contra uma multinacional gigantesca, poderosa, forte e rica”, disse Lenilda Luna.

Ao ser questionada pelo apresentador Ângelo Farias sobre o acordo da empresa pagar R$ 1,7 bilhão, a candidata afirmou que eles não ficarão prejudicados com essa multa, porque já estão buscando fazer novos negócios na cidade.

“Esse crime que a Braskem cometeu e todas as reparações que ela está sendo obrigada a fazer não interferem no lucro dos acionistas, porque quando a gente vai ver as ações da Braskem e desses grupos que estão por trás, pois eles cogitam fazer escavações em outras áreas de Alagoas que tem salgema, não se intimidam nem mesmo com a repercussão dada a um crime tão terrível”, conclui a entrevistada do programa.

Ao longo da sabatina, Lenilda Luna também destacou que esse desastre ambiental era previsível, pois já havia estudos indicando que a calamidade poderia ocorrer. "O engenheiro responsável pelas minas conseguiu um documento de uma publicação que ele fez para uma universidade de Houston em 1992, onde já se colocava que se não se tomasse conta do distanciamento entre as minas e do alargamento do diâmetro, a subsidência poderia acontecer”.

A candidata também abordou como a tragédia ambiental causou problemas em outros setores de Maceió, como o da educação, em que, as crianças moradoras nos bairros atingidos que precisaram ser reacomodada, sofrem com problemas no transporte para chegar na escola.

“Veja só, o transporte das crianças às escolas mais distantes, ele é terceirizado. Quanta intranquilidade isso gera nos pais, que ficam inseguros com esse descolamento para lugares afastados de onde eles moram”, explicou a convidada do programa.

Como proposta para solucionar o problema, Lenilda Luna disse que pensa em construir novas creches em bairros que estão recebendo esses novos moradores e nos lugares que há deficiência dessas instituições. “Nós temos que redimensionar e construir mais creches e escolas de educação infantil próximas de onde essas crianças moram. É muito mais tranquilo para as mães deixarem as suas crianças, os seus filhos, próximo à casa onde vivem”.