Economia

Dólar fecha em queda pela sexta vez consecutiva após corte de juros nos EUA

Ao final da sessão a moeda americana recuava 0,47%, cotado a R$ 5,462

Por Valor investe 18/09/2024 20h08
Dólar fecha em queda pela sexta vez consecutiva após corte de juros nos EUA
Dólar fecha em queda, a R$ 5,46 - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O dólar acentuou a queda após o BC americano anunciar o corte de 0,5 ponto percentual na taxa de juros. Contudo, logo diminuiu os ganhos e voltou a cair mais próximo do ritmo anterior à decisão. Ao final da sessão a moeda americana recuava 0,47%, cotada a R$ 5,462. Investidores seguem na expectativa sobre a decisão de juros no Brasil . Lá fora, o dólar estava estável contra moedas pares.

Para André Valério, economista sênior do banco Inter, a autoridade monetária deixou claro que passou a focar no objetivo de garantir o pleno emprego no país. Em comparação com as projeções econômicas feitas em junho, a maioria do comitê vê agora riscos mais sérios de alta para a taxa de desemprego nesse momento, o que os levou a decidir por um corte mais intenso.

Havia a preocupação de que um corte inicial de 0,50 ponto percentual pudesse passar a mensagem de que o Fed sabe mais que o mercado e prevê uma piora da economia. Mas, na visão de Valério, Powell tentou tranquilizar os ânimos durante a coletiva de imprensa transmitida após a decisão, afirmando que a decisão de hoje é uma recalibração, dado o progresso com a inflação e a mudança nos riscos.

O presidente da autoridade monetária não deu projeções mais firmes e deixou as possibilidades em aberto para se mover mais rápido ou devagar em direção à taxa vista como neutra. Mas as projeções indicam que o Fed irá cortar mais 0,50 ponto percentual até o fim do ano, o que o economista espera que seja feito em doses de 0,25 ponto percentual em cada uma das duas reuniões até o fim do ano.

"Os dados apontam que o Fed acredita estar próximo de alcançar o tão almejado pouso suave da economia, com a inflação em 2,3% até o fim do ano e o PIB mantendo crescimento robusto ano que vem e a taxa de desemprego estabilizada em 4,4%".

Agora, após o fechamento do mercado, é esperado que a autoridade monetária brasileira suba os juros, o que diminuirá a diferença das taxas entre os dois países e valoriza o real. A expectativa de maior fluxo de capital estrangeiro tem contribuído para a queda do dólar, aponta Elson Gusmão, diretor de câmbio da corretora Ourominas. As previsões indicam que o Banco Central deve elevar a taxa de juros em 0,25 ponto percentual.