Testemunhas são ouvidas no 1º dia do julgamento da morte de auditor; viúva se emociona
De acordo com MPAL, serão ouvidas 34 pessoas, entre testemunhas de acusação e de defesa
Durante o julgamento das cinco pessoas acusadas de envolvimento na morte do auditor fiscal João de Assis Pinto Neto, ocorrida em agosto de 2022, em Maceió, testemunhas de acusação foram ouvidas na manhã desta quinta-feira (31). O julgamento, que teve início hoje, ocorre no fórum do Barro Duro, e deve se estender até amanhã, sexta-feira (1º).
De acordo com informações do Ministério Público de Alagoas (MPAL), serão ouvidas 34 pessoas, entre testemunhas de acusação e de defesa. Até o momento, foram ouvidas a delegada Rosimeire Vieira, responsável pelas investigações do caso, e a viúva da vítima, Maria Marta Pinto.
Depoimento da delegada
Em sua fala, a delegada disse que no dia do ocorrido ela estava de plantão, razão pela qual iniciou as diligências sobre o crime. De acordo com o seu depoimento, um dos fatos que chamou atenção durante as investigações no local do crime, foi o fato de um dos cômodos do estabelecimento estaria mais limpos do que os outros, indicando que ali havia ocorrido uma limpeza recente.
O detalhe corrobora com a denúncia contra uma das acusadas, a mãe de outros três réus do caso, Maria Selma Gomes Meira, que teria limpado o sangue da vítima no local e auxiliando na retirada do veículo da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz-AL) da cena do crime.
Depoimento da viúva
Um dos momentos mais emocionantes do julgamento, ocorrido nesta quinta-feira (31), foi o depoimento da viúva de João de Assis. Bastante emocionada, ela falou que no dia do crime estranhou a ausência de contato do marido, e que isso não era comum. Disse, ainda, que a filha do casal pediu que a mãe ligasse para o celular do auditor, mas ele não atendia.
"Eu comecei a ter um aperto no coração. Quando liguei uma voz feminina atendeu e perguntou quem era. Eu disse que era a esposa do dono do telefone e a mulher disse que havia achado o aparelho no mato, vibrando e eu fui olhar", explicou Maria.
A viúva contou que prontamente foi até o encontro da mulher que tinha achado o telefone do auditor, mesmo o filho alertando que poderia ser perigoso. Ainda de acordo com seu relato, objetos pessoais do auditor haviam desaparecido e que cheques dele teriam sido usados por terceiros.
Durante o depoimento, a viúva de João de Assis chorou bastante, e disse que o marido era apaixonado pelo seu trabalho. Ela revelou, ainda, que o marido era um bom pai para os dois filhos do casal, e que, devido ao crime bárbaro, João não pôde ver o filho se tornar um oficial do Bope. Ela revelou que a morte brutal do pai causou consequências psicológicas nos filhos.
Amigos e colegas de trabalho de João de Assis compareceram ao fórum onde está sendo realizado o julgamento, e, assim como a família, pediram que a justiça seja feita. “Esperamos que esse conselho se jurados, conselho de sentença, faça jus a esse sentimento de indignação, que eles possam dar a pena máxima pra esses cinco assassinos”, clamou um dos colegas do auditor.
Já a promotora de justiça, Adilza de Freitas, falou que o MPAL espera que os cinco réus sejam julgados e condenados pelo crime de homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, por meio cruel, e por uso de recurso que dificultou a defesa da vítima – essas são as três qualificadoras.
Ronaldo Gomes de Araújo, Ricardo Gomes de Araújo, João Marcos Gomes de Araújo e Vinícius Ricardo de Araújo da Silva são os réus do caso e serão julgados pelos crimes de ocultação de cadáver, corrupção de menor e homicídio contra o idoso, por motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima.
A mãe de três dos réus, Maria Selma Gomes Meira também participou do crime e será julgada por ocultação de cadáver, corrupção de menor e fraude processual.