Justiça

Sargento alega em julgamento que Jonas Seixas tinha ligação com o tráfico de drogas e o PCC

Caso ocorreu em outubro de 2020 na Grota do Cigano, no Jacintinho

Por Jamerson Soares 13/11/2024 15h03 - Atualizado em 13/11/2024 16h04
Sargento alega em julgamento que Jonas Seixas tinha ligação com o tráfico de drogas e o PCC
Réus passam por um julgamento do caso Jonas Seixas nesta quarta-feira (13) em Maceió - Foto: MP-AL

Durante o julgamento do caso Jonas Seixas que acontece nesta quarta-feira (13) em Maceió, o sargento Felipe Pituba, um dos acusados do assassinato e desaparecimento de Jonas, alegou em depoimento que a vítima já tinha sido presa por tráfico de drogas e era umas das lideranças do PCC na Grota do Cigano, no bairro do Jacintinho, em Maceió.

Além de Pituba, os policiais militares Felipe Nunes da Silva, Jardson Chaves Costa, João Victor Carminha Martins de Almeida e Tiago de Asevedo Lima, passam pelo júri popular no Fórum da capital, no Barro Duro. Eles foram investigados por sequestro, tortura, homicídio e ocultação de cadáver.

O sargento Pituba também negou a autoria de assassinato de Jonas e afirmou que no dia do fato a guarnição saiu para um patrulhamento de tráfico de drogas onde a vítima morava, em um beco onde estaria sendo comercializada a droga.

Jonas, então, seria a pessoa que iria colaborar com eles passando informações sobre o assunto e possíveis suspeitos. O próprio Pituba era o motorista da viatura e aguardou o retorno dos outros policiais. Ele também afirmou que a vítima não foi detida, mas foi colocada na viatura para simular uma prisão e não ficar na mira de outros traficantes, já que Jonas iria apontar os suspeitos do tráfico.

O policial assegurou que os sargentos passaram por trás do motel em patrulhamento normal já que o local há bastantes assaltos. Ele contou que a guarnição não entrou em uma área de mata por trás do motel, mas sim, de um conjunto residencial.

Radiocomunicadores

Questionado pelo promotor Vilas Boas se ele passou no antigo Batalhão de Polícia de Eventos (BPE) para troca de baterias dos radiocomunicadores, ele respondeu que sim e que não se lembrava se o trânsito estava congestionado na tarde daquele dia. 

O soldado respondeu também que existem áreas em que não há sinal e que a troca de bateria se deu porque os HTs já estariam prestes a descarregar, sendo preciso carregá-los para continuarem os patrulhamentos.

O caso

O caso ocorreu em outubro de 2020, na Grota do Cigano, localizada no bairro do Jacintinho, em Maceió. Jonas Seixas era servente de pedreiro e estava voltando do trabalho quando foi surpreendido por cinco policiais militares. Segundo investigações, eles invadiram a casa da vítima sem mandado de prisão e a levaram para uma área de mata por trás de um motel. 

Ainda de acordo as investigações, Jonas sofreu tortura, diversas violências e ameaças, e logo depois teve o corpo ocultado. Ainda não se sabe onde está o corpo da vítima.