Justiça

Família acredita que mulher julgada por envenenar a mãe também matou filhos; entenda

Crime teria sido cometido após mãe dizer que iria denunciá-la

Por Wanessa Santos 25/02/2025 11h11 - Atualizado em 25/02/2025 12h12
Família acredita que mulher julgada por envenenar a mãe também matou filhos; entenda
Julgamento ocorre acontecerá no salão da 7ª Vara Criminal, no fórum do Barro Duro - Foto: Ascom

O início do julgamento da mulher acusada de ter tentado matar a própria mãe envenenada no ano de 2021, foi marcado por forte emoção com os depoimentos de familiares da vítima e da ré. Pai, avó materna e tia da acusada contaram ao júri detalhes de como a suspeita agiu para fazer com a mãe consumisse o alimento envenenado. De acordo com a família, a ré também teria matado dois dos seus três filhos.

O primeiro a depor foi o pai da ré e marido de Silvânia Maria Sabino da Silva, vítima da tentativa de homicídio. De acordo com ele, a filha vinha oferecendo açaí – o alimento que ela entregou para a mãe envenenado – para, segundo ele, ganhar a confiança da mãe. Silvânia sobreviveu a tentativa de assassinato, entretanto, atualmente vive em estado vegetativo.

Para o pai da ré, a filha teria tentado matar a própria mãe após as duas terem tido uma forte discussão sobre outra acusação de homicídio contra a ré. A família suspeita que ela tenha matado dois dos seus três filhos, e, a mãe teria dito, durante a discussão, que se soubesse que a filha tinha, de fato, matado os seus netos, ela a denunciaria para a polícia. Segundo o marido da vítima, a filha teria tentado matar a mãe para silenciá-la.

O pai da ré ainda relatou que não tem condições nem de ver a filha, depois do que ela fez. “Graças a Deus ela não está aqui, pois não consigo olhar pra ela excelência e me desculpe, se aqui ela estivesse eu não responderia por mim”, desabafou.

Ainda segundo o marido de Silvânia, a filha também vinha oferecendo para ele um lanche, passaporte, o que o fez suspeitar. Após a morte do segundo neto, o pai da ré disse que falou para a esposa ter cuidado, e não comer nada que fosse dado pela filha.

A avó da ré, mãe de Silvana, também falou para o júri, como declarante, em uma depoimento bastante emocionado. Dona Maria José Sabino chorou, relembrando como a filha era uma mulher ativa, professora e que trabalhara os três horários. Ela disse que não consegue entender como a neta, filha de Silvana, teve coragem de fazer o que fez com a mãe, que, segundo ela, sempre a amou e fez tudo pela ré.

Dona Maria afirmou que também não tem condições mais nem de olhar para o rosto da neta, após o crime. Ela conta que após ter envenenado a mãe, a ré desapareceu, levando consigo cartões de crédito dela, da avó, e também dos pais. Segundo ela, a neta contraiu dívidas altíssimas em nome dos parentes. O pai da ré também confirmou que ela teria pego dinheiro com dois agiotas e que após ela ter fugido, ele foi ameaçado pelos dois homens para que ele pagasse o débito.

Uma das últimas da família a falar foi uma irmã da ré. Ela contou que a cerca de três semanas depois do envenenamento da mãe, a irmã teria ligado para ela e dito: "Eu me arrepende tudo que fiz, mas agora não tem mãos jeito". Entretanto, a irmã disse que a ré não especificou exatamente o que teria feito.

A tia da ré, irmã da vítima, também depôs e afirmou que mãe e filha tinham um bom relacionamento, e que Silvana teria dito, em um desentendimento com o pai da ré, que jamais abandonaria filha, porque ela era mãe.

A tia pediu "pelo amor de Deus, ela precisa ficar presa o máximo que puder para a filhinha ter direito a crescer como os outros não tiveram". A ré tem outra filha, que completará dois anos em abril. A criança é criada pela tia de 18 anos e pela avó materna da ré. A cunhada de Silvânia disse que não tem mais condições psicológicas para visitar Silvana.

"A Suzana não matou somente os dois filhos e tentou matar a mãe, ela matou a família inteira", disse a tia da ré, aos prantos.