MPF inspeciona casas de taipa e cobra soluções para comunidade indígena de Joaquim Gomes
Reunião com lideranças e inspeção em dia de chuva reforçam urgência de medidas estruturais

Em meio às chuvas que atingiram a região nesta quarta-feira (2), o Ministério Público Federal (MPF) realizou inspeção em moradias da comunidade Wassu Cocal, no município de Joaquim Gomes, constatando a existência de diversas casas de taipa, muitas em condições precárias e vulneráveis. A visita ocorreu após reunião realizada na aldeia, coordenada pelo procurador da República, Eliabe Soares, que debateu demandas urgentes da comunidade com representantes do poder público e lideranças indígenas.
Durante a inspeção, ficou evidente que a falta de infraestrutura adequada coloca as famílias em situação de risco. "Quem sabe onde aperta o sapato é quem calça. Estou vendo a hora da minha neta ser soterrada", desabafou dona Maria Augusta, moradora local. A ausência de saneamento adequado e a vulnerabilidade dessas habitações reforçam a necessidade de providências imediatas.

Na reunião, foi confirmado que o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) possui um levantamento preliminar de mais de 100 casas de taipa, espalhadas por todo o território. A Prefeitura de Joaquim Gomes assumiu o compromisso de consolidar esses dados em até dez dias, para que sejam utilizados na elaboração de projetos voltados à melhoria habitacional da comunidade.
Outro tema abordado foi a necessidade de construção de um muro de contenção para proteger a unidade de extensão das escolas indígenas estaduais José Manoel de Souza e Professora Marlene dos Santos, cuja estrutura está ameaçada pelo risco de desmoronamento de uma barreira próxima e foi interditada pela Defesa Civil Municipal.

No encontro, foi esclarecido que há uma discussão entre o Estado de Alagoas – que construiu a extensão – e o DNIT, que teria concordado com um ajuste nas obrigações assumidas com os indígenas no âmbito do TAC de agosto de 2023. Diante da ausência do DNIT e da necessidade de providências urgentes, o MPF agendou uma próxima reunião, marcada para sexta-feira (11), em Maceió.
A precariedade das escolas também foi um ponto de atenção. Além das escolas indígenas estaduais José Manoel de Souza e Professora Marlene dos Santos, que são muito apertadas para a quantidade de alunos que atende, a da falta de espaço adequado para armazenamento de alimentos na cozinha, na localidade de Pedrinha, a escola indígena rural Manoel Honório conta com apenas cinco salas para atender 92 alunos do infantil ao 9º ano, sem estrutura adequada para professores e estudantes, que precisa adaptar até a capela. Para o MPF, é necessária uma expansão da unidade, que enfatizou a urgência de um novo projeto que atenda à demanda crescente da região.
Outras demandas da comunidade foram registradas, incluindo a falta de abastecimento de água potável, dificuldades de acesso a programas habitacionais, a necessidade de manutenção de equipamentos agrícolas e a falta de empregos. O MPF reforçou o compromisso em acompanhar de perto essas questões e cobrar providências dos órgãos responsáveis.

Veja também
Últimas notícias

Polícia Civil prende em Maceió jovem com 14 celulares furtados em festas juninas de Caruaru

Caixa libera abono salarial para nascidos em julho e agosto

Carreta capota e motorista morre preso às ferragens na BR-316, em Pilar

Bancos passam a oferecer Pix Automático a partir desta segunda

Praia do Peba: MPF cobra ajustes em controle de veículos na faixa de areia

Polícia aponta que assédio pode ter sido principal causa de acidente que causou morte de professora grávida em Maceió
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
