Tragédia envolvendo major da PM reacende debate sobre saúde mental na tropa
Major matou o filho de 10 anos e o ex-cunhado durante sequestro em Maceió; ASSOMAL cobra atenção psicológica para militares

O caso envolvendo o major da Polícia Militar de Alagoas, Pedro da Silva, morto após fazer cinco pessoas da própria família de reféns no bairro do Prado, em Maceió, continua gerando comoção e levantando questionamentos sobre o acompanhamento psicológico dentro das forças de segurança pública.
Durante a crise, ocorrida na noite do sábado (07), o oficial matou o próprio filho, Pierre Victor Pereira Silva, de apenas 10 anos, e o ex-cunhado, Altamir Moura Galvão de Lima, de 61 anos, conhecido como Sargento Galvão, antes de ser morto em confronto com o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais).
O velório do sargento reformado foi realizado na manhã desta segunda-feira (09), no bairro Trapiche da Barra, reunindo familiares, amigos e companheiros de farda. O sepultamento aconteceu no Cemitério São José.
Como foi a fuga
Pedro da Silva estava preso administrativamente na Academia da PM, acusado de violência doméstica. Ele conseguiu fugir por uma porta lateral da instituição e forçou um conhecido — que havia levado os filhos até o local — a dirigir até a casa da ex-esposa. Durante o trajeto, chegou a ferir o motorista com uma faca.
Ao invadir a residência, o major fez cinco pessoas reféns: a ex-esposa, a irmã dela, o irmão (que seria posteriormente assassinado), e os dois filhos menores, de 2 e 10 anos. Durante as negociações, a polícia conseguiu salvar três reféns.
ASSOMAL se posiciona
A Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (ASSOMAL) emitiu uma nota oficial lamentando a tragédia e cobrando mais estrutura para lidar com crises envolvendo integrantes da tropa. A entidade defendeu o retorno do Centro de Gerenciamento de Crises da PM, além de ações para prevenção e acompanhamento psicológico de militares.
“Os envolvidos – vítimas e policiais – nessa fatídica situação precisam de amparo emocional. O caso precisa ser estudado tecnicamente, sem julgamentos, para análise de procedimentos e aperfeiçoamento de ações”, destacou a entidade.
A associação ainda repudiou tentativas de uso político da tragédia e alertou para a importância do respeito às garantias legais.
“Se aproveitar deste triste cenário para ganhar holofotes é um caminho danoso, egoísta e imoral.”
Saúde mental da tropa em debate
Segundo a família da ex-esposa, o major apresentava comportamentos instáveis e ameaçadores há muitos anos. O filho mais velho do oficial, Pablo Victor Pereira, já havia feito denúncias graves de agressão e ameaças de morte, inclusive relatando que a mãe sofria violência há mais de 20 anos.
A tragédia reacende um debate delicado: a falta de políticas públicas para acolhimento emocional de policiais, muitos dos quais enfrentam pressão, estresse constante e poucas oportunidades de acompanhamento psicológico contínuo.
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