Caso Davi: PMs acusados de tortura e assassinato serão julgados 11 anos após o crime
Davi da Silva desapareceu após ser abordado por policiais militares no bairro Benedito Bentes, em agosto de 2014

Os policiais militares Carlos Eduardo Ferreira dos Santos, Eudecir Gomes de Lima, Nayara Silva de Andrade e Victor Rafael Martins da Silva serão submetidos a júri popular na próxima segunda-feira (13), no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, localizado no bairro Barro Duro, em Maceió. Eles são acusados de torturar e matar o jovem Davi da Silva, de 17 anos, no dia 25 de agosto de 2014.
O julgamento ocorre 11 anos após o crime e seis anos depois de a Justiça decidir que o caso deveria ir a júri popular. Desde então, as defesas dos acusados apresentaram recursos tentando reverter a decisão e pleitearam a revogação das medidas cautelares por meio de habeas corpus.
No início desta semana, o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Zumbi dos Palmares (CEDECA) divulgou uma convocação pública chamando a sociedade civil e movimentos sociais a acompanharem o julgamento, que será aberto ao público.
Para o CEDECA, a presença da população é uma forma de reafirmar o compromisso coletivo com a verdade, a justiça e o direito à memória.
“Este julgamento não representa apenas a busca por justiça para um jovem, mas também para todas as famílias que vivem a dor do desaparecimento e da negligência do Estado. A presença da sociedade é fundamental para garantir transparência e respeito aos direitos humanos”, afirmou a entidade em nota.
O desaparecimento de Davi da Silva mobiliza familiares, entidades e órgãos públicos desde 2014, quando o adolescente foi visto pela última vez em Maceió.
Entenda o caso
Davi da Silva desapareceu após ser abordado por policiais militares no bairro Benedito Bentes, em agosto de 2014. Testemunhas relataram que o jovem portava uma pequena quantidade de maconha e foi colocado dentro de uma viatura. Desde então, ele nunca mais foi visto.
Na ocasião, Davi estava acompanhado de Raniel Victor Oliveira da Silva, que foi encontrado morto meses depois. Raniel era a principal testemunha do caso.
À época, os parentes, em especial sua mãe, Maria José da Silva, fizeram várias denúncias à imprensa, à OAB, e realizaram protestos exigindo uma solução para o caso e o aparecimento do adolescente.
O espaço para a manifestação da defesa dos acusados está aberto.
Leia, logo abaixo, na íntegra, o texto de convocação feito pelo CEDECA:
"Por Davi, por todos nós: sociedade é chamada a acompanhar o julgamento que busca justiça
O julgamento do caso que envolve o desaparecimento do adolescente Davi Silva, ocorrido em Maceió, será realizado no próximo dia 13 de outubro, às 7h30, no Fórum do Barro Duro, e será aberto ao público.
O Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Zumbi dos Palmares (CEDECA) convoca a sociedade civil, movimentos sociais e a imprensa a acompanharem o
momento decisivo de um processo que simboliza a luta contra a impunidade e em defesa dos direitos humanos.
O desaparecimento de Davi completou uma década sem respostas definitivas. O caso mobilizou familiares, entidades e órgãos públicos desde 2014, quando o jovem foi visto pela última vez em Maceió. Para o CEDECA, acompanhar o julgamento é uma forma de reafirmar o compromisso coletivo com a verdade, a justiça e o direito à memória.
“Este julgamento não representa apenas a busca por justiça para um jovem, mas também para todas as famílias que vivem a dor do desaparecimento e da negligência do Estado. A presença da sociedade é fundamental para garantir transparência e respeito aos direitos humanos”, destaca o CEDECA, em nota.
Convocação pública
O CEDECA reforça o convite à população para comparecer ao fórum no dia 13 de outubro. A presença de cidadãos, coletivos, organizações e veículos de comunicação é vista como essencial para garantir que o processo ocorra com transparência, dignidade
e vigilância social.
A instituição também ressalta que a cobertura da imprensa tem papel decisivo na garantia de visibilidade e no combate ao esquecimento — um dos principais desafios enfrentados em casos de desaparecimentos e violações de direitos de crianças e adolescentes.
Por que acompanhar o julgamento é importante
• Garantir transparência no processo judicial;
• Demonstrar solidariedade à família de Davi;
• Reafirmar o compromisso da sociedade com a justiça e a vida;
• Cobrar respostas e medidas efetivas do Estado;
• Fortalecer a cultura de proteção à infância e à juventude.
Um chamado à memória e à justiça
Para o CEDECA, o julgamento do caso Davi simboliza um marco na luta por justiça em Alagoas. A entidade lembra que o desaparecimento de uma criança ou adolescente não pode ser tratado como um dado estatístico, mas como uma ferida coletiva que exige resposta.
“Por Davi, por todos nós, é preciso lembrar, acompanhar e cobrar. O silêncio não pode vencer”, reforça o texto da convocação do CEDECA."
Últimas notícias

Veja como foi a simulação de sequestro de gerente bancário na Ponta Verde

SSP apresenta detalhes de operação que recuperou relógios Rolex roubados na capital

Acidente fatal reacende debate sobre segurança de ciclistas em Maceió

Porto de Pedras: Casal faz limpeza na captação de Tatuamunha na terça-feira (14)

Luciano Barbosa entrega reforma e ampliação do Ginásio João Paulo II com presença de Falcão

Artesanato alagoano ganha mais uma vitrine nacional
Vídeos e noticias mais lidas

Homem confessa que matou mulher a facadas em Arapiraca e diz ela passou o dia 'fazendo raiva'

Guilherme Lopes dispara contra Beltrão: 'Penedo não deve nada a você'

Empresário arapiraquense líder de esquema bilionário perseguia juízes e autoridades, diz ex-mulher

Quem era 'Papudo': líder de facção de altíssima periculosidade morto confronto em Arapiraca
