Ativistas entregam ao STF manifesto pedindo fim do foro privilegiado
Abaixo-assinado com 2,2 milhões de assinaturas pedindo o fim do foro privilegiado de parlamentares

Integrantes da organização internacional Avaaz, que promove mobilização popular na internet, entregaram hoje (3) para a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, um abaixo-assinado com 2,2 milhões de assinaturas pedindo o fim do foro privilegiado de parlamentares. O STF pode terminar hoje o julgamento sobre a restrição ao foro por prerrogativa de função para deputados e senadores.
Segundo o coordenador da Avaaz no Brasil, Diego Casaes, essa foi a maior petição já promovida pela organização desde 2010, quando foram coletados dois milhões de assinaturas defendendo a aprovação da Lei da Ficha Limpa. O ativista espera que o resultado mobilize os ministros do Supremo a decidirem pela restrição do foro.
“A campanha começou no ano passado, mas recentemente tivemos uma surpresa. Quando a ministra Cármem Lúcia pautou a votação, tivemos um milhão de assinaturas em um só dia. Isso mostra que as pessoas estão muito atentas ao que vai acontecer hoje e o que tem acontecido nas decisões do Judiciário. O foro privilegiado, sem dúvida, precisa acabar, esse é um grande passo para acabar com a corrupção e a impunidade”, disse Casaes.
Pesquisa do Ibope
A Avaaz, que tem 46 milhões de pessoas filiadas no mundo e 12 milhões no Brasil, também encaminhou uma pesquisa sobre o assunto ao Instituto Ibope. De acordo com o estudo, realizado entre 23 e 25 de abril, 78% dos brasileiros acham que o foro privilegiado deveria acabar.
“Esses dados revelam que o brasileiro quer participar, ser ouvido, dar opinião e entender o papel dele neste processo de construir leis e produzir mudanças. O dia de hoje muito provavelmente será histórico, a gente espera que dê o primeiro passo”, disse Laura Moraes, que também representa a entidade.
No STF, o grupo foi acompanhado do deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), que defende a aprovação de uma emenda que retire de forma definitiva o benefício do texto constitucional para que todos sejam tratados de forma igual pela justiça.
A mudança, no entanto, só poderia ser aprovada pelos parlamentares depois que acabar a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro.
“A restrição do foro privilegiado é uma medida muito eficaz e necessária para reduzir a impunidade e fazer com que o parlamento não seja mais o lugar para quem tenha cometido crime e queira se esconder ou manter seus crimes impunes pelo foro privilegiado, que vem produzindo um resultado, na prática, de impunidade”, declarou o deputado.
Histórico do foro privilegiado
O foro privilegiado foi instituído no Brasil pela Constituição de 1988. Dados divulgados pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas da Consultoria Legislativa do Senado Federal mostram que cerca de 55 mil autoridades têm foro especial no Brasil.
O benefício de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal e somente ser preso após condenação definitiva por crimes cometidos em função do mandato é concedido a detentores de cargo do Poder Executivo, como presidente da República e vice-presidente, ministros de Estado, advogado-geral da União, governadores e prefeitos, entre outras autoridades. Membros do Congresso Nacional condenados em segundo grau nas infrações comuns também usufruem do benefício.
O julgamento do Supremo é baseado no caso do prefeito de Cabo Frio (RJ), Marcos da Rocha Mendes (MDB), que chegou a ser empossado como suplente do deputado cassado Eduardo Cunha (MDB-RJ).
Porém, Marcos, cujo nome político é Marquinho, renunciou ao mandato parlamentar para assumir o cargo no município.
Ele respondia a uma ação penal no STF por suposta compra de votos, mas, em função da posse no Executivo municipal, o processo foi remetido para a Justiça. No último dia 24, Mendes teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Veja também
Últimas notícias

Colisão entre carro e moto deixa uma pessoa ferida no bairro Alto do Cruzeiro, em Arapiraca

Incêndio é registrado em casa abandonada no bairro Trapiche da Barra, em Maceió

Aves Silvestres são apreendidas em aldeia na zona rural de Joaquim Gomes

Restaurante Popular tem programação especial em alusão ao Dia das Mães
Dia das Mães: confira os horários de funcionamento dos shoppings da capital e do interior

Moradores protestam contra falta d’água e bloqueiam pista em Cruz das Almas
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
