Política

Renan Calheiros afirma que governo é um Titanic à procura de iceberg

Senador também disparou contra o Ministério Público

Por Maurício Silva 22/05/2019 08h08
Renan Calheiros afirma que governo é um Titanic à procura de iceberg
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) durante pronunciamento no Senado - Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O senador alagoano Renan Calheiros (MDB) falou no Plenário do Senado, em Brasília-DF, na noite desta terça-feira (21), e disparou críticas ao governo liderado por Jair Bolsonaro (PSL). O parlamentar disse que o presidente da República comete vários erros e comparou o atual momento com o de Jânio Quadros (1961). Ele ainda criticou o Ministério Público. Parte do discurso também foi publicado no Twitter.

Renan Calheiros lembrou que no próximo dia 26 de maio haverá manifestações. Ele pediu para que o presidente Jair Bolsonaro faça um apelo aos seus admiradores por moderação, equilíbrio e diálogo. Ontem, o Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou mais um inquérito contra o senador, o sétimo já engavetado.

No discurso no Plenário, Calheiros fez críticas ao governo e comparou a gestão com o navio Titanic, que afundou no início do século 20. “A falta de articulação política e a incapacidade de dialogar congelou o país. O governo diretamente ou através de porta-vozes destrambelhados fabrica crise diariamente numa chacrinha digital primária. É um Titanic à procura de um iceberg todos os dias”, disparou.

Na sequência, o alvo foi o Ministério Público. “Não faremos contra o MP o combate antidemocrático, que muitas vezes ele se acostumou a fazer contra a política. Se eles se desviaram dos seus limites, criminalizaram a política generalizamente, muitos com culpas, outros não. Se perseguiram e cometeram abusos, nós não podemos praticar a perseguição inquisitorial contra o Ministério Público, que criamos, fortalecemos”, comentou.

Renan Calheiros também comparou o governo Bolsonaro com o do ex-presidente Jânio Quadros. “Ressuscita-se a paranoia conspiratória de Jânio Quadros, que com apenas sete meses de governo procurou se escorar nas ruas. O texto divulgado pelo presidente com referências a conchavos é análogo à carta renuncia de Jânio”, disse.