Dólar bate novo recorde depois de superar R$4,50 com tensão externa por coronavírus
O Bank of America reduziu nesta quinta-feira sua perspectiva de crescimento econômico para o Brasil em 2020 para menos de 2%

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em nova máxima histórica nominal nesta quinta-feira, chegando a superar 4,50 reais durante os negócios pela primeira vez, em meio a uma forte onda global de aversão a risco conforme se multiplicaram avaliações de que o coronavírus reduzirá o crescimento econômico mundial e afetará a atividade também no Brasil.
O Bank of America reduziu nesta quinta-feira sua perspectiva de crescimento econômico para o Brasil em 2020 para menos de 2%, enquanto o JP Morgan cortou a projeção ainda mais abaixo dessa linha, que muitos observadores dizem ser altamente sensível para o governo do presidente Jair Bolsonaro.
Um porta-voz do Fundo Monetário Internacional dissera mais cedo que o coronavírus claramente terá um impacto no crescimento econômico global e o FMI provavelmente reduzirá sua previsão de crescimento como resultado.
O real já vem sofrendo neste mês diante da piora nos cenários para a economia do Brasil, que reduzem o ânimo com a recuperação e, por tabela, podem prejudicar adicionalmente o quadro para fluxo cambial.
"O real piora mais, pois o governo/BC aqui acham que (a moeda) tem que desvalorizar", disse o gestor de um grande fundo em São Paulo, citando ainda aumento de ruídos políticos locais entre Executivo e Legislativo.
O dólar à vista fechou em alta de 0,70%, a 4,4751 reais na venda, com folga superando o recorde anterior, de 4,4441 reais, alcançado na véspera.
Às 11h39, a cotação bateu 4,5030 reais, pico histórico intradia.
A alta da moeda nesta sessão é a sétima consecutiva, período em que acumulou ganho de 4,04%. É a mais longa série do tipo desde os também sete pregões de valorização entre 15 e 23 de agosto de 2018, quando o dólar somou alta de 6,62%.
No acumulado de 2020, o dólar dispara 11,52% ante o real, com a moeda brasileira amargando o pior desempenho dentre 33 pares do dólar. Em fevereiro, a alta é de 4,42%, a mais forte para o mês desde 2015 (+6,19%).
Tamanha valorização, contudo, já atrai algumas recomendações de compra para o real. A firma independente de investimento privado MRB Partners diz que o real já está excessivamente depreciado. Veja imagem a seguir:
Mais cedo, em ação de apoio ao real, o Banco Central vendeu 1 bilhão de dólares em contratos de swap cambial tradicional para conter a volatilidade. Na véspera, a autoridade monetária havia colocado 500 milhões de dólares nesses ativos, também em oferta líquida.
Estrategistas do Citi disseram terem visto fluxos de recursos em busca de retornos depois de o BC ter retomado as vendas de swaps, desde 13 de fevereiro. "Isso sugere que a performance mais fraca do real pode estar perto do fim", disseram em relatório.
Veja também
Últimas notícias
Ginásio João Paulo II é reinaugurado com a presença do craque Falcão, do futsal

Em derrota para governo, Câmara retira de pauta MP que renderia R$ 17 bi

Hamas confirma que chegou a acordo com Israel para encerrar guerra em Gaza

Comerciantes do Mercado da Produção protestam após risco de corte de energia em Maceió

PF investiga possível ligação de crime organizado com crise do metanol

Ronda do Bairro recupera moto roubada em área de mata no Benedito Bentes em Maceió
Vídeos e noticias mais lidas

Homem confessa que matou mulher a facadas em Arapiraca e diz ela passou o dia 'fazendo raiva'

Guilherme Lopes dispara contra Beltrão: 'Penedo não deve nada a você'

Empresário arapiraquense líder de esquema bilionário perseguia juízes e autoridades, diz ex-mulher

Quem era 'Papudo': líder de facção de altíssima periculosidade morto confronto em Arapiraca
