Mick Jagger volta ao cinema em 'The Burnt Orange Heresy'
No filme, da Sony Pictures Classics, cantor atua ao lado de Claes Bang e Elizabeth Debicki como um maligno colecionador de arte
Passaram-se quase 20 anos desde que Mick Jagger trabalhou como ator pela última vez, mas como mostra o novo filme (The Burnt Orange Heresy (uma obra-prima), não está minimamente enferrujado.
No filme, da Sony Pictures Classics, que estreou na sexta, 6, Jagger atua ao lado de Claes Bang e Elizabeth Debicki como um maligno colecionador de arte que astutamente convence um jornalista (Bang) a usar uma rara entrevista com um artista poderoso (Donald Sutherland) como uma oportunidade para roubar um dos seus quadros. É o primeiro filme de Jagger desde The Man from Elysian Fields (Confissões de um Sedutor) de 2001 e, sim, poderia ser o seu último.
"Queria ter atuado muito mais", disse Jagger em entrevista por telefone, e acrescentou com humor: "Você sabe, tenho outro emprego. Tenho vários empregos, na realidade".
Quando não estava em turnê com os Rolling Stones, o roqueiro de 76 anos criou uma carreira itinerante, mas aventureira no cinema. Preferiu cineastas mais experientes, trabalhando com Jean-Luc Godard, Nicolas Roeg e Werner Herzog. Com menos créditos na telona do que David Bowie, mas mais do que Bob Dylan, a carreira cinematográfica de Jagger foi corajosa. Ele é um excelente ator, embora as interpretações para a tela grande devam ser sempre minimizadas pelo grande espetáculo que oferece seu alucinante personagem cheio de energia.
Jagger, que se submeteu a uma cirurgia do coração no ano passado, prepara-se para o trecho americano da excursão dos Stones No Filter na metade do ano. Mas a banda continua a fazendo parte da trilha sonora do cinema como no drama Entre Facas e Segredos, que incluiu Sweet Virginia, dos Stones. Mas Jagger admite que The Burnt Orange Heresy poderá ser sua despedida da telona. "Se não me oferecerem outro papel decente, quem sabe. Só faria se valesse a pena", brincou.